Portugal
Benfica é campeão nacional
2023-05-27 20:00:00
Águia alcança o 38.º título de campeão nacional português da sua história

O Benfica é campeão nacional. Os encarnados, que até nem eram tidos como favoritos à vitória no início de época nas casas de apostas, conseguiram chegar ao objetivo principal da temporada e logo na estreia de Roger Schmidt ao leme da equipa técnica do clube lisboeta. O treinador alemão conduziu o Benfica ao título com uma campanha quase imaculada. O carimbo final foi dado neste sábado, na Luz, com a vitória sobre o Santa Clara, onde ao longo dos 90 minutos o domínio foi total do Benfica, que foi embalado por milhares nas bancadas que iam entoando o cântico "e o Benfica é campeão".

Ao longo da maratona de jogos, o Benfica esteve quase sempre na frente da classificação e a disputa do título teve incerteza e intensidade ao longo dos meses, sobretudo quando o FC Porto foi vencer à Luz, em abril. Nesse momento, as esperanças do FC Porto em revalidar o título aumentaram, até porque na jornada seguinte ao clássico, o Benfica perdeu em Chaves.

A vantagem que era de 10 pontos antes do jogo com o FC Porto diminuiu para quatro à saída de Trás-Os-Montes e os benfiquistas diminuiram, em idêntica proporção, a confiança de que o título poderia chegar.

É certo que a vantagem continuava a ser das águias, mas o Benfica ainda tinha pela frente jogos de elevado grau de dificuldade como a receção ao SC Braga e as deslocações a Barcelos, Portimão e Alvalade, onde passou sem derrotas. 

Porém, a turma de Roger Schmidt foi dando conta do recado e jogo após jogo foi vencendo os adversários, segurando a vantagem para fazer a festa do campeão.

Primeira derrota só em finais de dezembro

Se o campeonato é uma prova de regularidade, bem se pode dizer que o Benfica foi a equipa mais regular. De resto, para se encontrar a primeira derrota das águias neste campeonato foi necessário esperar quase pelo final de 2022.

No dia 30 de dezembro, o Benfica perdeu o primeiro jogo, numa surpreendente derrota no Estádio Municipal de Braga diante dos minhotos, isto após o Campeonato do Mundo do Qatar, e numa altura em que Enzo Fernández, uma das figuras da equipa, estava a negociar a saída para o Chelsea, que acabaria por se confirmar semanas mais tarde.

A verdade é que apesar da derrota, o Benfica não abalou e nem mesmo a saída de Enzo para Londres fez o Benfica perder o ritmo de vitórias.

Roger Schmidt foi promovendo alguns jogadores ao onze e Chiquinho conquistou espaço entre as opções no onze titular, sendo que Fredrik Aursnes foi outro dos nomes que começou a ter maior preponderância.

Já na reta final da temporada, João Neves apareceu como o novo 'menino de ouro' da Luz e assumiu a batuta do meio-campo das águias, isto numa equipa onde foram vários os jogadores 'made in Seixal' com presença frequente.

Um campeão 'made in Seixal'

Roger Schmidt conduziu o Benfica à conquista do título com vários jogadores formados na academia de talentos encarnados, com natural destaque para António Silva e João Neves.

O técnico alemão já tinha dado indicações na pré-época de que Gonçalo Ramos seria o seu homem da frente e no meio-campo Florentino Luís teria uma 'segunda vida' na equipa principal encarnada, ele que já tinha sido campeão com Bruno Lage.

Surpresas foram as presenças, primeiro, de António Silva, o central que foi lançado às panteras, no Bessa, numa altura em que Roger Schmidt até tinha ainda Jan Vertonghen, mas preferiu dar a titularidade ao menino encarnado.

Mais tarde, foi João Neves a aparecer na equipa. Lançado aos poucos no onze, o algarvio acabou a época como uma das unidades de maior rendimento dentro das quatro linhas na Luz.

Apesar da pressão constante pontual que o FC Porto foi fazendo, certo é que o Benfica segurou a vantagem e conseguiu amealhar um novo troféu para o Museu Cosme Damião. A festa do título é vermelha. E na Luz já se pede o "39".