Portugal
Benfica cai nos instantes finais da partida com o Arsenal
2021-02-25 19:45:00
Águias desperdiçam momento de vantagem na eliminatória

O Benfica esteve hoje a poucos minutos de voltar a eliminar o Arsenal, 30 anos depois, desta vez para a Liga Europa de futebol, mas pôs-se a jeito ao defender tão baixo e acabou por 'morrer na praia'.

No jogo da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa, Arsenal foi a primeira equipa a marcar, aos 21 minutos, pelo avançado gabonês Pierre-Emerick Aubameyang, que recebeu um passe ‘açucarado’ do jovem Bukayo Saka, isolou-se e ‘picou’ a bola à saída da baliza do guarda-redes Helton Leite, mas o Benfica restabeleceu o empate à beira do intervalo, aos 43, por Diogo Gonçalves, na execução de um livre direto.

Na segunda parte, o Benfica colocou-se, pela primeira vez, na dianteira com um golo de Rafa, a aproveitar um erro do lateral espanhol, Hector Bellerín, que atrasou de cabeça para o seu guarda-redes uma bola inofensiva, mas não se apercebeu da presença do extremo benfiquista, que se intrometeu entre ambos e fez o golo.

A reação do Arsenal produziu efeitos seis minutos depois, aos 67, com Kieran Tierney, num golo inaceitável para a defesa do Benfica, tal a facilidade com que o jogador inglês recebeu a bola na área, endossada pelo brasileiro Willian, driblou Everton, e rematou cruzado fora do alcance do guarda-redes ‘encarnado’.

A postura de Everton perante Tierney, dando-lhe espaço e tendo uma abordagem completamente passiva, permitindo que aquele o driblasse tranquilamente e rematasse à vontade, não é admissível a este nível competitivo.

A verdade é que o Benfica baixou ainda mais as linhas a partir do momento em que se adiantou no marcador e pôs-se a jeito, mesmo tendo pela frente um Arsenal em ritmo de treino, como se o jogo não fosse importante, tal a pouca intensidade que o caracterizou e que já tinha sido patente na primeira mão, em Roma.

De resto, às duas equipas faltou intensidade e agressividade competitiva na partida disputada em Atenas, casa emprestada dos londrinos devido às limitações impostas pela pandemia de covid-19, como o atesta o único cartão amarelo exibido por Bjorn Kiepers, logo aos cinco minutos, a Adel Taarabt.

É verdade que na fase final do jogo tão-pouco o Arsenal estava a exercer sequer uma pressão forte sobre a defensiva encarnada, que parecia mais ou menos confortável, mas quando se defende tão em cima da área os riscos de sofrer um golo aumentam e a dupla do primeiro golo, Saka/Aubameyang, ‘fabricou’ também o segundo, com o jovem inglês a cruzar para o segundo poste e o gabonês a surgir nas costas da defesa do Benfica a bater Helton Leite.

Aliás, o Benfica podia ter chegado, a poucos minutos do fim, ao terceiro golo por Darwin Nunez, que se isolou num contra-ataque, numa situação de um contra um, atrapalhou-se com a bola e nem sequer rematou à baliza nem assistiu os companheiros que se aproximavam da área em seu apoio.

Jorge Jesus conseguiu, com as entradas de dois jogadores frescos, Darwin Nunez e Everton, a cerca de meia hora do fim, tornar a equipa mais perigosa no contra-ataque, mas faltou sempre mais discernimento na definição das jogadas.

O Arsenal pareceu, claramente, subestimar o Benfica, como as opções iniciais do treinador Mikel Arteta deixaram perceber, e essa arrogância esteve a escassos minutos de valer o afastamento dos oitavos de final da Liga Europa, depois de terem empatado o jogo da primeira mão (1-1).