“Não queria que os meus impostos fossem usados para apoiar o Benfica, muito menos para apoiar o Sporting”
A recompra dos chamados Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC’s) por parte do Sporting no plano de recuperação financeira da SAD verde e branca continua a dar que falar. Bruno Costa Carvalho, antigo candidato à presidência do Benfica, desafia os bancos que estiveram envolvidos nesta operação financeira a entregarem idênticas verbas de perdão a outros clubes da I Liga.
“Mas agora eu acho que tem de haver uma correção. Se há uma equipa da I Liga que é beneficiada em 100 milhões de euros, eu acho que todas as outras equipas que jogam na I Liga têm que ser beneficiadas em 100 milhões de euros. Não vejo outra alternativa a isto”, comentou Bruno Costa Carvalho, em declarações na Rádio Nacional de Desporto.
“O que faz com que um clube receba apoio de dois bancos e os outros não?”
“Os 100 milhões de euros, se o BCP e o BES deram 100 milhões de euros ao Sporting, têm que dar 100 milhões de euros ao Benfica, dar 100 milhões de euros ao FC Porto, dar 100 milhões de euros ao SC Braga, ao Vitória de Guimarães e por aí fora a todas as equipas da I Liga, ou há um critério de serem equipas com riscas verdes e brancas”, observou o ex-candidato à presidência das águias.
Neste sentido, Bruno Costa Carvalho diz que é preciso que se perceba o que está em causa nesta situação. “O que faz com que um clube receba apoio de dois bancos e os outros não?”, questionou o ex-candidato ao Benfica, lamentando o silêncio de clubes e de políticos relativamente a esta situação a envolver o Sporting.
“Isto não pode ficar assim”, desafiou Bruno Costa Carvalho, realçando que, como contribuinte fiscal, não gostaria de ver o dinheiro do Estado a salvar o Benfica, muito menos um rival.
“Eu sou do Benfica e não queria que os meus impostos fossem usados para apoiar o Benfica, muito menos quero que os meus impostos sejam usados para apoiar o Sporting”, disse Bruno Costa Carvalho.
“Portanto, eu não estou interessado que os impostos, que são muito grandes e que nós descontamos muito dinheiro para o Estado, sejam usados para isto. Isto é inenarrável”, desabafou Bruno Costa Carvalho.
“Volto a dizer: eu não quero que o Estado ajude o Benfica com 100 milhões de euros. Não quero mesmo. Acho que o Benfica tem de fazer pela vida sozinho”, concluiu o antigo candidato à presidência do Benfica Bruno Costa Carvalho.
Os VMOC agora recomprados pelo Sporting eram detidos pelo Novo Banco e poderiam ser convertidos em ações, até 2026. Com esta recompra, o clube liderado por Frederico Varandas salvaguarda essa participação na SAD.
Em relação à recompra dos VMOC’s, o FC Porto, recorde-se, já tinha lamentado esta situação e o “maravilhoso silêncio do Benfica”.