Depois da Operação Pretoriano, o FC Porto vê o seu universo azul e branco envolvido em novo caso relacionado com a justiça, desta feita com a chamada Operação Bilhete Dourado. Já foram constituídas 13 pessoas como arguidas neste caso e André Villas-Boas já tinha avisado que estará atento e a colaborar com a justiça portuguesa. Em campanha, o agora presidente prometeu ser "implacável" na defesa do FC Porto.
O caso judicial resulta de uma certidão retirada da Operação Pretoriano e as autoridades suspeitam de um esquema criado para a venda de bilhetes na claque dos Super Dragões.
"No Porto chove bastante mas não chovem euros"
Pedro Henriques, antigo jogador de futebol, admite que as autoridades tenham andado ocupadas com outras coisas e só agora se tenham dedicado a tentar perceber este contexto no FC Porto.
"Eu percebo perfeitamente há muitos anos. Aliás, não sou só eu. Há mais de 10 anos que se fala sobre isto mas nunca ninguém quis saber de nada", começou por referir Pedro Henriques, procurando justificações para que só agora é que as autoridades tenham atuado.
"Primeiro, porque as autoridades tinham outras prioridades. Acho que esse é o primeiro. No dia em que as autoridades chegaram e fizeram, não só na questão dos bilhetes mas de outras...", reforçou Pedro Henriques.
"Sinais exteriores de riqueza do líder da claque"
Por aí, o antigo futebolista deu conta também de que reinava a "impunidade. "Só que havia uma impunidade total. E não me acredito que isto seja só um problema do FC Porto. Acredito que é um problema mais vasto, sempre difícil de controlar por causa da questão das claques", disse ainda Pedro Henriques.
Em declarações na Sport TV, o antigo jogador salientou também que mesmo nos sócios do FC Porto "havia essa revolta" relacionada com a questão dos bilhetes pelas claques terem "direitos soberanos em relação aos outros sócios".
Ainda sobre este tema, Pedro Henriques apontou aos "sinais exteriores de riqueza do líder da claque". "No Porto chove bastante mas não chovem euros", atirou Pedro Henriques, elogiando a posição assumida pelo presidente do FC Porto, André Villas-Boas, que ainda em campanha já tinha prometido ser "implacável" na defesa do clube que durante 42 anos foi liderado por Pinto da Costa.
A Operação Bilhete Dourado é uma investigação conduzida pelo Ministério Público onde existem suspeitas de um conluio entre funcionários ligados ao FC Porto e uma empresa associada com membros dos Super Dragões para a venda de bilhetes no chamado 'mercado negro'.