António Figueiredo, antigo vice-presidente do Benfica, entende que era uma inevitabilidade a venda de Gonçalo Ramos, mesmo que esta tenha acontecido a poucos dias dos campeões nacionais defrontarem o FC Porto para a Supertaça Cândido de Oliveira, troféu que o antigo dirigente espera ganhar, nesta quarta-feira, mas que desvaloriza o impacto que uma eventual derrota possa ter nesta prova; nesta e em outras que não o campeonato, que António Figueiredo deseja ver revalidada a conquista pelos encarnados.
"A Supertaça Cândido de Oliveira é só um troféu. Se quiserem levar a Supertaça e a Taça da Carica, como lhe chamavam antigamente, que o Benfica têm lá sete ou oito, se quiserem levar isso e deixar-nos o campeonato, nós ficamos satisfeitíssimos. Não estou nada preocupado", admitiu António Figueiredo, não entrando também na Liga dos campeonatos de vendas.
"Para mim, os campeonatos de vendas não me interessam nada. Agora, o que é que o FC Porto daria para vender um jogador por este valor?", questionou o antigo vice-presidente do emblema lisboeta, certo de que os rivais nortenhos até 'pintavam' um dos símbolos da cidade Invicta, se tivessem a oportunidade de vender um jogador pelos valores que o Benfica cedeu Gonçalo Ramos.
"O que é que daria? Até pintavam a Torre dos Clérigos", afirmou António Figueiredo, certo de que o Benfica não conseguia mais segurar Gonçalo Ramos e a saída era inevitável.
"Não podia deixar de vender [Gonçalo Ramos]", concluiu António Figueiredo, antigo vice-presidente dos campeões nacionais, que falava em declarações na CMTV.
"Disse-lhe que devia ficar mais um ano para se desenvolver melhor"
Na antevisão ao clássico contra o FC Porto, Roger Schmidt explicou aos jornalistas que desejava manter Gonçalo Ramos na Luz, mas disse que compreende a decisão da SAD.
"Eu disse-lhe que ele devia ficar mais um ano para se desenvolver melhor, mas isto é uma questão de negócios e envolve o melhor timing. Quando o interesse está lá, de um clube como o PSG, há muito dinheiro e temos de aceitar que não tínhamos quaisquer armas para mantê-lo", comentou o técnico dos campeões nacionais, certo de que o Benfica dá novamente um sinal ao mercado das capacidades de produção de talentos.
"Perdemos o Gonçalo, era um jogador muito importante para nós. Marcou muitos golos, mas era especialmente um grande jogador a nível técnico e muito duro fisicamente. É por isso que havia tanto interesse nele. Já esperávamos perdê-lo e perdemos a dois ou três dias da Supertaça. É uma pena. Por um lado estamos tristes, mas por outro é um bom sinal que o Benfica desenvolva jovens para jogadores de topo internacional", considerou o técnico alemão, no lançamento do jogo contra o FC Porto.
Águias e dragões medem forças, nesta quarta-feira, em Aveiro, no Estádio Municipal, a partir das 20h45, na final da Supertaça Cândido de Oliveira.