No ano de 2015, o FC Porto apresentava oficialmente como reforço o espanhol Iker Casillas. O guarda-redes chegou ao Dragão com um título mundial e dois europeus, ao serviço da seleção de Espanha, e três Ligas dos Campeões e cinco campeonatos de Espanha, entre muitos outros troféus. Uma "lenda do futebol espanhol" cuja mudança para o FC Porto causou surpresa até entre os responsáveis do clube.
"O Iker estava com problemas de relacionamento com algumas pessoas do Real Madrid e foi-nos posta a possibilidade de ele poder representar o FC Porto. Ao princípio nem admitíamos a hipótese", confessou Pinto da Costa, ao recordar esse ano de 2015, para o episódio de hoje da série 'Ironias do Destino'.
Tudo mudou quando o Real Madrid, que não pretendia manter o jogador no plantel, aceitou suportar a maior parte do salário do titulado guardião. O FC Porto saiu a ganhar no plano desportivo, reforçando a baliza com um nome 'galático', e também no plano financeiro.
"Foi positivo não só pelo seu valor como guarda-redes, mas também porque era uma figura mítica do futebol espanhol. Trouxe muito espanhol, sobretudo da Galiza, onde o Real Madrid tem grande influência, a vir ver os nossos jogos. Não foi por acaso que ele batia os recordes nas vendas de camisolas, porque a maioria dos espanhóis que vinha visitar o Porto levava uma camisola do Iker", salientou o presidente dos dragões.
Casillas "deixou uma boa recordação" no FC Porto, onde acabou a carreira de jogador devido a um problema cardíaco. Acabaria por regressar ao Real Madrid, como dirigente, mas deixou um legado no Dragão. "Foi uma lenda do futebol espanhol que nós temos muita satisfação que tenha feito parte de alguma história do FC Porto", acrescentou Pinto da Costa.
Após o problema cardíaco, Casillas continuou no plantel portista por mais uma temporada, mesmo sem regressar aos relvados. "Tanto ele como a sua mulher e os miúdos adoravam o Porto, em toda a parte faziam uma grande publicidade ao Porto. Recordo-me de ir a um evento, o centenário do jornal Marca, onde estava o Rei de Espanha e também o Iker, e as referências ao clube e à cidade eram enormes e muito abonatórias. Em qualquer lugar o Iker fazia as melhores referências ao FC Porto", salientou ainda o presidente azul e branco.
Foi também nesse ano de 2015 que um outro espanhol, o treinador Julen Lopetegui, levou o FC Porto aos quartos de final da Liga dos Campeões. O triunfo sobre o Bayern Munique na primeira mão (3-1) deixou os dragões a sonharem com as meias-finais, só que um "percalço" acabaria por deitar tudo a perder, com os dragões a serem goleados em Munique (6-1).
"Podíamos ter chegado mais longe", lamentou Pinto da Costa: "Fizemos uma exibição muito boa contra o Bayern Munique no Dragão. Quando se jogou aqui a final da Champions entre o Chelsea e o Manchester City estive com o Rummenigge [presidente do Bayern] que lembrou essa derrota e disse que tinha ficado admirado com a exibição que o FC Porto fez. Foi notável, mas tivemos um percalço nesse jogo, por levarem cartões amarelos ficámos sem o Alex Sandro e o Danilo e não tivemos substitutos à altura para a segunda mão, aí correu mal e fomos eliminados. Mas estivemos à beira de passar às meias-finais, não tivesse sido esse percalço da ausência de dois jogadores chave na defesa".