Avançado do FC Porto está a caminho do AC Milan, onde jogaram duas glórias do futebol português
Com apenas 21 anos, André Silva pode estar perto de seguir o caminho de dois dos melhores jogadores portugueses de sempre: Paulo Futre e Rui Costa. Com a mudança da Invicta para Milão anunciada pelos media italianos e nacionais, o avançado vai vestir a camisola do AC Milan a partir de 2017/18, com o objetivo de alcançar o estatuto que Futre e Costa conquistaram na história do futebol português.
Lendas nacionais com experiências diferentes
Apesar de ambos terem tido carreiras brilhantes a nível internacional, as aventuras de Paulo Futre e Rui Costa no Milan não foram semelhantes em nenhum aspeto.
Comecemos por Futre. O extremo, que é uma das maiores glórias da história do Atlético Madrid, chegou ao clube milanês em 1995, proveniente do Reggiana. Com o número 28 na camisola, partilhou o balneário com jogadores como Paolo Maldini, Franco Baresi, Marcel Desailly, George Weah ou Patrick Vieira. Este último, então, um jovem jogador com um futuro auspicioso pela frente.
Ainda assim, Paulo Futre não foi bem sucedido no Milan. Fruto das lesões que o caracterizavam e da forte concorrência no ataque transalpino, o antigo internacional português jogou apenas um encontro, precisamente na última jornada da Liga Italiana, numa vitória por 7-1 diante do Cremonese. Nessa partida, o técnico Fabio Capello retirou Roberto Baggio de campo para colocar Futre, dando-lhe minutos na conquista do campeonato. Saiu, no final da temporada, para o West Ham.
A história de Rui Costa, porém, é bem diferente. Depois dos anos de glória no Benfica e da consagração como um dos melhores do mundo na Fiorentina, o gigante Milan avançou para a sua contratação em 2001 por um valor equivalente a 44 milhões de euros. Na altura, foi uma das transferências mais caras de sempre do futebol mundial.
Esteve no Milan durante cinco épocas, entre 2001/02 e 2005/06. Realizou 191 jogos e apontou 11 golos, com o apogeu a acontecer em 2002/03, em que jogou 48 partidas. Nos milaneses, a nível nacional, o ‘Maestro’ conquistou uma Liga Italiana (2003/04), uma Taça de Itália (2002/03) e uma Supertaça de Itália em 2004.
Mas os maiores troféus da carreira de Rui Costa, para além do Mundial sub-20, aconteceram mesmo nas competições europeias – e, claro, ao serviço do Milan. Em 2002/03, o atual administrador da SAD do Benfica foi crucial na conquista da Liga dos Campeões ao realizar 18 jogos na caminhada do Milan, que bateu a Juventus na final. Na consequente Supertaça Europeia, Rui Costa voltou a ser importante e foi escolhido por Carlo Ancelotti para o onze inicial. Os ‘rossoneri’ venceram o FC Porto, que havia conquistado no ano anterior a Taça UEFA, por 1-0, com golo do ucraniano Shevchenko.
Duas lendas, duas histórias. O destino de Paulo Futre e Rui Costa no Milan foi bastante diferente e cabe agora a André Silva tentar atingir o sucesso do segundo na equipa agora orientada por Vincenzo Montella.
Rui Costa singrou no Milan, caminho que André Silva vai procurar a partir da próxima época (foto: Daniel Dal Zennaro/EPA)
Dois jovens que não singraram
Para além de Paulo Futre e Rui Costa, mais dois portugueses representaram as cores do Milan ao longo da história ‘rossoneri’. Foram eles Ricardo Ferreira e Pelé, jogadores que atuaram em 2016/17 na Liga Portuguesa.
Ricardo Ferreira assinou pelo Milan em 2011, depois de terminar a sua formação no FC Porto. Encaminhado para a equipa sub-20 do clube, nunca chegou a jogar pela formação principal e foi emprestado ao Empoli FC Na temporada seguinte. Hoje, é jogador do SC Braga, depois de uma experiência sem final feliz em Milão.
Trajeto semelhante teve Pelé. Muito jovem, brilhou pelo Belenenses e foi transferido para o Milan no mesmo ano que Ricardo Ferreira. Tal como o compatriota, foi remetido aos sub-20 e não impressionou e foi cedido, desta feita aos ucranianos do Arsenal Kiev. Em 2015 assinou pelo Benfica, clube ao qual ainda pertence apesar de nunca ter jogado pelos encarnados. Esteve emprestado ao Feirense em 2016/17.