Rúben Amorim é o treinador do momento, preparando-se para levar o Sporting à conquista do campeonato, o que não acontecia há quase uma década, depois de a meio da temporada ter conquistado a Taça da Liga. Com o mercado de verão à porta, começam a surgir os rumores de clubes europeus (e não só) interessados nos serviços do técnico que surpreendeu o futebol português.
Para se entender o ‘fenómeno Amorim’, é necessário recuar até à ponta final da temporada 2019/20. Com a época em curso, o Sporting foi contratar o treinador do SC Braga, numa transferência que meses depois estaria envolvida em polémica, com os leões a falharem o pagamento da primeira prestação. Quando a época terminou, o SC Braga ‘abandonado’ por Amorim fechou o pódio do campeonato, com o Sporting de Amorim a terminar no quarto lugar.
O campeão, FC Porto, manteve o técnico, Sérgio Conceição. O Benfica fez regressar Jorge Jesus, com o SC Braga a apostar em Carlos Carvalhal. Amorim superou então as “todas as expetativas” e, partindo do quarto posto de 2019/20, prepara-se para levar o Sporting a festejar um título que escapa aos leões desde 2002.
“No futebol, é normal as coisas correrem bem de forma espontânea. O Rúben tem a questão do SC Braga, que estava a correr muito bem, e vai para o Sporting contra todas as expetativas, porque a verdade é que o Benfica investiu muito e o FC Porto tinha sido campeão. Não se esperava que o Sporting fizesse a campanha que fez”, comentou Pedro Henriques.
Lembrando algumas substituições feitas por Amorim em jogos desta temporada, para sustentar que é um treinador mais proativo do que reativo, o ex-jogador de Benfica e FC Porto declarou-se rendido aos méritos do timoneiro leonino, numa análise para a Sport TV: “É um treinador que acrescenta. Tem um discurso bom, precisa é de melhorar o comportamento, como ele já reconheceu”.
Entre o universo leonino, a conquista do campeonato 2020/21 é já dada como garantida. A questão é se os festejos vão ser na segunda-feira, caso o FC Porto não vença, ou se será preciso esperar até terça-feira, quando o Sporting jogar com o Boavista. Depois dessa euforia, virá a preocupação: vai ser preciso segurar Rúben Amorim do assédio de clubes estrangeiros, ao mesmo tempo que será preciso dotar a equipa verde e branca de outros argumentos, tanto mais que Alvalade voltará a receber jogos da Liga dos Campeões, a grande montra do futebol europeu.
Questionado sobre a continuidade de Amorim, Pedro Henriques não arriscou dá-la como garantida, lembrando a propósito o curioso caso de Augusto Inácio, treinador que também foi campeão pelo Sporting. De acordo com o antigo defesa, só compensará a Amorim sair se for para um clube europeu de topo, uma vez que, em Portugal, está numa equipa que lhe permite lutar por títulos, como o próprio treinador provou esta temporada. No entanto, falta-lhe ainda ‘currículo’ para aspirar a uma dessas equipas de topo.
“Não é líquido que continue no Sporting, mas para um treinador sair de uma equipa portuguesa que foi campeã para outra que valha a pena tem que vencer outras coisas. E atenção, que o Inácio foi campeão e foi despedido. Não estou a agoirar, mas isto passa-se no futebol”, finalizou Pedro Henriques.
