Portugal
"Alcochete e Cashball serviram para tudo! E agora?", questiona Bruno de Carvalho
2020-11-20 17:00:00
Ex-presidente do Sporting dirige-se à comunidade leonina para que anule expulsões de sócios

Bruno de Carvalho usou nesta sexta-feira as redes sociais para tecer um comentário sobre o Cashball, que ilibou o Sporting e todos os arguidos (exceto o que denunciou um alegado esquema), lembrando também o ataque a Alcochete, eventos que, de acordo com o ex-presidente leonino, têm pontos em comum.

Para o ex-dirigente, o processo Cashball e o ataque aos jogadores na academia de Alcochete denegriram o nome do Sporting e da direção leonina de então, que o próprio Bruno de Carvalho liderava.

"O dia 15 de maio de 2018 é de facto o dia mais negro da história do Sporting e do futebol nacional! Manchou-se o nome de um clube, de um presidente e de uma Direção. Alcochete e Cashball serviram para tudo! Destituir, suspender e expulsar! Caluniar, difamar e humilhar! E agora?", questiona.

Refira-se que as buscas à SAD do Sporting e a detenção de André Geraldes, que era então team-manager do clube, ocorreram na mesma altura do ataque de Alcochete, num período conturbado para o emblema de Alvalade.

Bruno de Carvalho espera que, depois de ter sido absolvido da autoria moral da invasão à academia do clube, os sócios revertam, numa assembleia que terá de ser convocada para o efeito, a sua expulsão.

"O mínimo de dignidade é reporem os suspensos e expulsos à sua condição de sócios. E isso só vocês, sócios, o podem exigir e fazer", defendeu Bruno de Carvalho.

Recorde-se que, na leitura do acórdão, que decorreu no tribunal de Monsanto, em Lisboa, no passado mês de maio, o coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires considerou que não foram provados factos contra Bruno de Carvalho, que liderou os leões entre 2013 e 2018.

Não foi provado que as críticas de Bruno Carvalho nas redes sociais tivessem incentivado os adeptos a agredirem alguém, nem de forma implícita, assim como não foi estabelecida relação de causa e efeito entre a alegada expressão “façam o que quiserem” e o ocorrido na Academia.

Há poucos dias, a outra sombra que pairou sobre a gestão do então presidente, o processo Cashball, também terminou sem condenação. O relatório final da Polícia Judiciária (PJ) iliba a SAD do Sporting, sendo que o único arguido que não foi ilibado é precisamente Paulo Silva, empresário que em março de 2018 denunciou o caso, quando assumiu ter sido mandatado, através de intermediários, para corromper árbitros de andebol e jogadores de futebol adversários, de modo a favorecerem o Sporting.

De acordo com esse mesmo relatório final da PJ, "é possível verificar que Paulo Silva estabeleceu contactos com jornalistas no sentido de dar uma entrevista sobre os factos em investigação no qual terá sido estipulado uma contrapartida no valor de 30 mil euros (20 mil para falar de futebol e 10 mil por falar do andebol).”

Entre as acusações e as sentenças, outro processo esteve em curso, culminando com a destituição de Bruno de Carvalho e a sua expulsão como sócio do Sporting. O ex-dirigente reclama que essas decisões sejam revertidas e convida os adeptos a darem o primeiro passo.