Carlos Brito, um dos treinadores com mais jogos no principal escalão do futebol português, afirmou que o agravamento dos castigos a jogadores, treinadores e dirigentes "poderá ser um atalho" para a pacificação do futebol português.
O comentário foi feito depois do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol ter aberto processos disciplinares visando Sérgio Conceição, Pepe e Francisco J. Marques, treinador, jogador e dirigente do FC Porto.
Na base do processo agora levantado contra os três elementos portistas estão as declarações que proferiram após a partida com o Belenenses SAD (0-0), no Estádio do Jamor.
Os eventuais castigos a Sérgio Conceição, Pepe e Francisco J. Marques não serão dissuadores de futuras declarações por parte destes e de outros agentes do futebol português, segundo Carlos Brito.
"Não creio que seja por mais jogo ou menos jogo, mais cem ou menos (e estou a falar monetariamente). Imaginemos agora que qualquer um dos intervenientes apanha agora dois jogos ou mil euros (de multa)... Não me parece que isso seja o mais importante agora para o futebol português", sustentou.
Questionado sobre a necessidade de um agravamento dos castigos, durante um fórum na SportTV, o técnico considerou que tal medida poderá ajudar a promover o futebol enquanto "espetáculo".
"O agravar das sanções poderá ser um atalho para o caminho final que quem gosta do futebol pretende, que é haver espetáculo, na verdadeira aceção da palavra", respondeu.
Com os castigos atuais a serem 'leves' e dado o 'momento quente' que se vive atualmente no futebol português, "qualquer ‘pormenor’" poderá servir para "proporcionar uma situação mais complicada", acrescentou.
Ainda na mesma intervenção, Carlos Brito elogiou o "bom-senso" do Conselho de Arbitragem em não nomear Luís Godinho e Hugo Miguel para os jogos da 19.ª jornada da I Liga.
Luís Godinho foi o árbitro e Hugo Miguel o videoárbitro do recente jogo do FC Porto com o SC Braga, para a Taça de Portugal, que motivou duras críticas dos dragões, em particular por causa da expulsão de Luis Díaz.
"Julgo que prevaleceu o bom-senso. Em função de todas as peripécias (no mau sentido do termo) que rodearam o último jogo em que estiveram envolvidos, o Conselho de Arbitragem optou pelo bom-senso. É salutar para a própria defesa de Hugo Miguel e Luís Godinho", concluiu Carlos Brito.