“Não faz sentido o árbitro reverter uma decisão que ele próprio não confirmou”, diz ex-dirigente da Liga e do FC Porto
O antigo líder da Liga e ex-vice-presidente do FC Porto José Guilherme Aguiar diz que não há grandes alternativas e a repetição do jogo entre FC Porto e Arouca tem de avançar, na sequência de um lance em que Taremi caiu na área, o árbitro assinalou grande penalidade mas depois reverteu a decisão ao falar telefonicamente com o VAR na Cidade do Futebo. Na altura, Miguel Nogueira não conseguiu visualizar as imagens porque o aparelho de VAR instalado no Estádio do Dragão estava sem corrente elétrica e sem energia de reserva, de acordo com o que a Federação Portuguesa de Futebol fez saber, entretanto.
“Só lhe restaria confirmar a sua própria decisão. Não faz sentido o árbitro reverter uma decisão que ele próprio não confirmou”, critica José Guilherme Aguiar, salientando que “num jogo a autoridade final e a decisão final é do árbitro”. Por isso, o juiz da partida, em seu entendimento, deveria ter mantido a decisão de dar penálti para o FC Porto.
Deste modo, José Guilherme Aguiar entende que a razão assiste ao FC Porto em pedir a repetição do encontro. “Na minha opinião, o FC Porto tem toda a razão em pedir essa anulação”, assegurou o antigo vice-presidente do FC Porto, que chegou a ser líder da Liga.
“A única consequência prática é a repetição do jogo”, insistiu José Guilherme Aguiar, em declarações na Antena 1, certo de que, apesar do empate verificado no Estádio do Dragão, o FC Porto mostrou rendimento em campo.
“Sinceramente, achei que foi o melhor jogo que o FC Porto fez dos quatro que já disputou. Acho que foi um bom jogo do FC Porto”, explicou José Guilherme Aguiar.
Para o antigo vice-presidente do emblema azul e branco, o FC Porto teve de enfrentar em casa um Arouca que “tinha uma tática defensiva”.
“Quase que chegava a ter 10 elementos dentro da área e não coloco defeitos”, declarou, contudo, José Guilherme Aguiar no comentário a um tema que promete fazer ‘correr muita tinta’.
“Única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica”
Já depois de ter enviado um comunicado para o espaço público, o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol emitiu, nesta segunda-feira, um novo comunicado para explicar os acontecimentos no FC Porto-Arouca, de acordo com informações prestadas pelos técnicos responsáveis pelo VAR.
“Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva – também conhecido como UPS (Uninterrupted Power Supply) – esgotou-se”, justifica o Conselho de Arbitragem.
Jogo teve 22 minutos de descontos
Além disso, o organismo federativo faz saber que, no Estádio do Dragão, o local onde está instalado o VAR é servido por uma tomada elétrica que “não possui energia socorrida ou assistida, de acordo com informação técnica”.
“Assim que foi detetada a falta de energia, iniciou-se o processo de mudança dos equipamentos para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101. A solução técnica que liga a Cidade do Futebol ao Estádio do Dragão não registou qualquer falha”, referiu o Conselho de Arbitragem sobre o jogo que teve 22 minutos de descontos.