Portugal
“A tática do FC Porto é: dois fiscais de linha bem abertos e árbitro no meio"
2020-10-04 14:40:00
António Figueiredo considera que os dragões são beneficiados pela arbitragem, "com cobertura do VAR"

António Figueiredo, antigo dirigente do Benfica, considerou que o FC Porto foi beneficiado pela arbitragem de Rui Costa, no encontro deste domingo, diante do Marítimo, no qual os insulares fizeram história, ao vencer pela primeira vez no Estádio do Dragão, em jogos a contar para o campeonato.

Confrontado com a ideia de que os azuis e brancos foram prejudicados pela arbitragem, nesse jogo, António Figueiredo sugeriu que os responsáveis portistas fiquem “caladinhos”.

Refira-se que o FC Porto-Marítimo ficou marcado por alguns casos, decididos pelo VAR, entre os quais uma grande penalidade contra os insulares que suscita dúvidas.

Também um lance em que a bola quase ultrapassa a linha de golo provocou críticas de Sérgio Conceição, treinador que abordou esse lance na conferência de imprensa.

No lance do golo de Pepe, a equipa do Funchal queixa-se de uma falta, aquando da marcação do canto. Apesar da insistência dos maritimistas, o árbitro não pediu auxílio do VAR.

Para António Figueiredo, o FC Porto foi beneficiado, neste lance, bem como noutro, de grande penalidade que, no seu entendimento, não existe, e também pelo excessivo tempo de compensação dado pelo juiz da partida.

“Falar neste árbitro e neste VAR? Pensei que ias ficar caladinho. Por amor de Deus…”, disse, num programa de debate desportivo da CMTV, dirigindo-se ao antigo guarda-redes do FC Porto, Jorge Amaral.

“O VAR estava equipado? Jogaram equipados? Isto até dá vontade de rir”, perguntou António Figueiredo, com ironia, numa alusão à equipa de arbitragem.

“Um golo precedido de falta. Um penálti que não existiu. Um fora de jogo muito duvidoso. Sabes o que te digo? A tática do FC Porto é: dois fiscais de linha bem abertos, árbitro no meio e VAR a dar cobertura. Vir falar num árbitro num jogo destes dá vontade de rir. O fiscal de linha e o VAR não mereciam estar num jogo destes”, acusou.

O antijogo do Marítimo motivou queixas de Sérgio Conceição – o técnico do FC Porto denunciou que Lito Vidigal ordenou aos seus jogadores para que se deitassem no relvado, sempre que iam ser substituídos.

"Não me surpreende nada. Não me surpreendeu o Lito Vidigal dizer para se deitarem ao chão quando iam fazer a substituição... Mas o quarto árbitro ouviu. Conheço o Lito Vidigal e sei como ele tenta conquistar pontos. Nada me surpreendeu", disse o treinador portista.

António Figueiredo defendeu que o tempo de compensação dado pelo juiz da partida “foi mais do que suficiente” para 'repor' esse tempo perdido em assistências médicas.

“Foram 10 minutos de compensação, que se transformaram em 11, e houve ainda mais três minutos na primeira parte. Portanto, deu para compensar o tempo perdido no antijogo. E com juros… Com bastantes juros. Não há razão de queixa”, defendeu.

O antigo dirigente do Benfica entende que não são só os dragões que têm razões de queixa, nesta matéria. E lembra que também os 'grandes' apostam no antijogo, quando procuram segurar vantagens e enfrentam dificuldades para o fazer.

“Esta questão do antijogo prejudica equipas como o FC Porto, o Benfica, o Sporting, o SC Braga… As equipas mais fracas têm tendência a apresentar dificuldades em se levantarem do chão. E é curioso que estas equipas, consideradas as 'grandes' do futebol português, usam essas armas quando lhes convém”, salientou.

Recorde-se que o FC Porto-Marítimo surge numa semana em que a equipa madeirense foi alvo de críticas, alegando-se que os jogadores simularam lesões, na partida diante do Tondela.

O treinador Lito Vidigal foi especialmente visado, acusado de recorrer ao antijogo para ‘queimar’ minutos e anular as possibilidades ao adversário, com constantes quebras do ritmo de jogo.

Durante o encontro de ontem, alguns jogadores do Marítimo necessitaram de assistência médica, o que levou Rui Costa, árbitro do encontro, a determinar tempos de compensação de três minutos na primeira parte e de 10 minutos na segunda.