Modalidades
“Medidas do Governo podem chegar um pouco tarde”, avisa Luís Sénica
2021-07-21 20:45:00
Presidente da Federação de Patinagem insiste na necessidade de apoios ao desporto

A Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) é uma das cinco, em conjunto com as federações de andebol, basquetebol, futebol e voleibol, tem apelado ao Governo para lançar um programa de apoio específico para o desporto em função dos efeitos provocados pela pandemia, reconhecendo o setor como “estruturante” para a sociedade.

Estando já aprovadas algumas medidas para o desporto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Luís Sénica avisou que esses apoios correm o risco de já chegar tarde, tanto mais que os Jogos Olímpicos de Tóquio2020 já arrancaram.

“Algumas das medidas que o Governo lançou fazem sentido e são importantes, mas de alguma forma podem chegar um pouco tarde. Aquilo que precisávamos era que o alto rendimento mantivesse o seu financiamento. Necessitamos, no fundo, que não existam cortes nos apoios”, explicou o dirigente, em declarações ao Porto Canal.

Luís Sénica lembrou que, apesar do contexto da pandemia, Portugal registou vários sucessos internacionais no plano desportivo. Mais um motivo para que o setor seja contemplado com apoios excecionais, insistiu.

“Aquilo que para nós é fundamental é uma nova visão do desporto. A pandemia deixou sequelas muito complexas. Queremos um desporto muito mais inclusivo, ecológico e humanista. Fundamentalmente, queremos que seja reconhecido que, mesmo em altura de grande dificuldade, nós continuamos a gerar campeões em Portugal, se calhar acompanhando um pouco outros países que tomaram o desporto como prioridade”, afirmou.

Como exemplo, o presidente da FPP apontou “para a vizinha Espanha”, salientando que o executivo espanhol, à partida da delegação do país para os Jogos de Tóquio2020, “assumiu que o desporto é fundamental dentro do contexto social e político”.

As federações de andebol, basquetebol, futebol, patinagem e voleibol, que já foram ouvidas no Parlamento, representam mais de 60 por cento dos atletas federados em Portugal.

De acordo com um estudo dos comités olímpico e paralímpico de Portugal e da Confederação do Desporto, a pandemia terá implicado, no ano passado, um decréscimo de cerca de 595 milhões de euros em termos de valor acrescentado bruto e uma perda a rondar os 16 mil postos de trabalho, em relação aos dados de 2019.