Modalidades
Federação de râguebi acusa DGS de “autismo” e “tratamento diferenciado”
2020-08-25 15:30:00
Carlos Amado da Silva recusa aceitar a "desresponsabilização" da autoridade de saúde

A Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) acusou a Direção-Geral de Saúde (DGS) de adotar um “tratamento diferenciado” para esta modalidade, acusando mesmo a instituição de “autismo”.

Após submeter várias propostas, “credíveis e economicamente viáveis”, a FPR foi hoje confrontada com as orientações para a retoma dos treinos e competições desportivas, como salientou o presidente, Carlos Amado da Silva.

“Têm cinco cartas nossas às quais nem responderam e agora, de forma antidemocrática, tomam decisões sem ter em conta nada do que propusemos”, afirmou o dirigente, em declarações à Lusa.

“A DGS tem estado absolutamente muda, numa atitude de autismo em relação ao râguebi que não tem para as outras modalidades”, acusou.

O presidente da FPR lembrou as reuniões da DGS “com as modalidades de pavilhão” para insistir no “tratamento diferenciado” do râguebi.

“A nós nem nos respondem. Se não têm ideias, ao menos que respondam às nossas”, reforçou.

Carlos Amado da Silva apelou à intervenção do Governo, alegando que as orientações da DGS apresentam desigualdades entre as modalidades “que são inaceitáveis”.

“Compreenderia melhor que o Governo assumisse que não pode haver competições do que criarem condições que não são exequíveis. Se acham que o râguebi é perigoso, que não pode ser jogado porque vai morrer toda a gente, então que o assumam. Antes isso do que esta atitude, que é simplesmente uma desresponsabilização que eu não aceito”, disparou.

Nas orientações da DGS, o râguebi foi catalogado como modalidade de risco elevado, pelo que todos os agentes envolvidos na organização dos jogos oficiais terão de ser testados até 48 horas antes do momento competitivo.

Nos escalões de formação, nem sequer pode haver contacto físico durante os treinos.

“Podem não estar de acordo com as nossas propostas, mas ao menos que nos digam porque não estão. Ou então que paguem. O Governo tem de nos dar os materiais para podermos colocar de pé as suas normativas ou, no mínimo, responder às nossas propostas. É obrigação deles”, continuou Amado da Silva.

As orientações da DGS comprometem a realização do campeonato, com início previsto para o último fim de semana de setembro, o que terá implicações diretas nos compromissos da seleção nacional, que vai disputar o apuramento para o Mundial de 2023 a partir de fevereiro.

“Se os clubes não funcionam, as seleções não funcionam”, lembrou o dirigente.

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