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"Ainda não entrei na história porque tenho um sonho: ser campeão olímpico"
2021-06-12 17:30:00
Jorge Fonseca regressa a Portugal, depois de conquistar o ouro em Budapeste, e aponta a novos objetivos

O bicampeão mundial de judo Jorge Fonseca realçou hoje que só entrará na história portuguesa da modalidade quando alcançar o ouro olímpico, na chegada a Lisboa, após conquistar o título mundial na sexta-feira, em Budapeste.

“Ainda não entrei na história porque tenho um sonho: ser campeão olímpico. Quando for campeão olímpico, entro para a história. Para já, estou feliz por ter conquistado dois títulos no campeonato do mundo, mas o meu grande objetivo é ser campeão olímpico”, afirmou aos jornalistas, no aeroporto de Lisboa.

De medalha ao peito e com um cachecol do Sporting, clube que representa, colocado sob o pescoço, Jorge Fonseca foi recebido por alguns familiares e amigos, bem como alguns curiosos que aplaudiram o judoca assim que chegou ao terminal de chegadas.

“Foi um Mundial perfeito. Trabalhei bastante para isso e consegui realizar o meu objetivo, que era fazer o melhor possível no Mundial”, sublinhou o atleta, que “queria trazer o ‘ouro’ para Portugal” e reforçou o “momento de grande felicidade” que vive.

Jorge Fonseca conquistou a segunda medalha de ouro da sua carreira em Mundiais, e do judo português, ao vencer todos os seus cinco combates por ‘ippon’ (a pontuação máxima), incluindo na final da categoria -100kg contra o sérvio Aleksandar Kukolj.

“Na primeira vez, disseram que era sorte, a segunda já não pode ser sorte. É muito trabalho, força de vontade, foco e determinação. Trabalhei bastante para esse título e mostrei que não dependo de nada para ser quem eu sou”, vincou o judoca, que não escondeu a emoção no momento de ouvir ‘A Portuguesa’ no lugar mais alto do pódio.

Depois de “ouvir muitos ‘zunzuns’ de que foi sorte” a conquista do primeiro ‘ouro’ mundial, Jorge Fonseca “tinha uma grande ambição” e “tinha na cabeça que queria ser campeão do mundo”, mesmo depois do sétimo lugar nos Europeus de Lisboa, em abril, onde ficou “desiludido”, mas, “em vez de chorar”, acabou por “levantar a cabeça”.

“Vou dedicar esta medalha ao meu treinador e aos meus familiares, que estiveram sempre a dar-me força e do meu lado nos momentos mais difíceis. Depois do campeonato da Europa, que não correu muito bem, estava muito desanimado e estiveram sempre do meu lado para me apoiar e para me poder levantar”, contou.

Revelando já ter recebido uma chamada do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Fonseca, que também tem o sonho de ser polícia, aponta agora para os Jogos Olímpicos, onde afirmou que não sente pressão para obter nova conquista.

Portugal conseguiu em Budapeste a sua segunda melhor prestação em Mundiais de judo, depois de Jorge Fonseca ter conseguido revalidar o seu título mundial e de Anri Egutidze ter conquistado a medalha de bronze, apenas atrás do registo alcançado em 2019, no primeiro ‘ouro’ do judoca do Sporting e da medalha de prata de Bárbara Timo.