Liga 20/21
Boavista sobreviveu com aperto perante expectativas frustradas
2021-05-20 12:35:00
Seis pontos nas últimas duas jornadas fundamentais para a pantera respirar de alívio

O Boavista confirmou no limite a sétima permanência consecutiva na I Liga, contornando uma época de sobressalto, na qual viu frustradas as altas expectativas potenciadas pela entrada de investimento estrangeiro.

A salvação surgiu apenas na última jornada, com uma reviravolta selada perto do fim na casa do Gil Vicente (2-1), que estabilizou as panteras no 13.º lugar, com 36 pontos, dois acima da vaga de ‘play-off’ e mais cinco sobre a zona de descida direta.

A venda da maioria da SAD ao hispano-luxemburguês Gérard Lopez no defeso incitou a revitalização do campeão nacional em 2000/01, que sonha voltar às provas europeias a médio prazo, mas não previa contar oito vitórias, 12 empates e 14 derrotas em 2020/21.

Oriundo do Mafra, da II Liga, Vasco Seabra sentiu dificuldades para entrosar uma equipa com quase duas dezenas de reforços, alguns deles sonantes, repleta de inexperiência para tamanha exigência e sem a habitual pressão do Bessa, tendo saído à nona jornada.

O Boavista era 15.º, com oito pontos, e só tinha vencido na receção ao Benfica (3-0, à sexta ronda), contexto que proporcionou nova troca de treinadores no decurso da época, padronizada desde a admissão administrativa do clube na I Liga, em 2014/15.

Em 14 de dezembro de 2020, Jesualdo Ferreira, de 74 anos, regressou aos nortenhos, que havia orientado no início de 2006/07, sem nunca se ter estreado antes da saída para o FC Porto, tentando reanimar um grupo que concluiria nove rondas na ‘zona vermelha’.

O treinador mais velho da prova teve um arranque negativo - três empates e três derrotas - até deixar o último lugar com o primeiro triunfo fora (2-1 ao Portimonense, à 16.ª jornada) e partir para uma segunda volta mais consistente, mas sempre sofrida.

Os axadrezados culminaram mais de três meses sem vencer em casa com seis pontos diante de Moreirense (1-0, à 20.ª ronda) e Famalicão (3-0, à 22.ª), intercalados com um desaire em Guimarães (2-1), que fez reavivar por dias o estatuto de lanterna-vermelha.

Impedido de inscrever reforços em janeiro, ineficaz em alguns jogos e recordista de expulsões (nove), o Boavista entrou em maio em lugar de ‘play-off’ e afastou fantasmas nas derradeiras duas jornadas (1-0 ao Portimonense e 2-1 ao Gil Vicente).

Se o guarda-redes brasileiro Léo Jardim sobressaiu na terceira defesa mais batida (49 golos sofridos), o inglês Angel Gomes (seis tentos) e o hondurenho Alberth Elis (oito) ajudaram o conceituado Jesualdo Ferreira a suplantar o maior desafio da carreira.