Liga 18/19
Bruno Fernandes bate recordes e afirma-se como goleador
2019-05-20 21:40:00
Época em grande para o médio do Sporting

O médio do Sporting Bruno Fernandes, eleito o melhor jogador da época passada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), pulverizou todos os seus registos e afirmou-se como o mais categórico e determinante da edição 2018/19 da I Liga.

Os números falam por ele, que totalizou 32 golos em todas as competições, 20 na I Liga, três na Liga Europa, seis na Taça de Portugal e três na Taça da Liga, o que lhe permitiu bater o recorde de golos de um centrocampista na Europa durante uma temporada no século XXI que estava na posse do internacional inglês e antigo jogador do Chelsea, Frank Lampard, com 27.

O seu objetivo, como confessou no início da temporada, era superar os 16 golos que tinha marcado em todas as provas na época anterior, mas duplicou esse número e afirmou-se aos 24 anos como um executante de excecional talento e um jogador de ‘top’ mundial, cobiçado por vários dos maiores clubes da Europa.

Nem o facto de competir no campeonato português, que não tem a competitividade das cinco maiores Ligas europeias, desvaloriza o que Bruno Fernandes fez esta época, só ao alcance de um predestinado e de um futebolista com uma força mental e uma capacidade de trabalho muito acima da média que acrescem ao seu talento inato.

Qualidades essas raras e que explicam a sua evolução de época para época, nomeadamente da anterior para a atual, na qual potenciou as suas capacidades a vários níveis, em particular no gesto técnico do remate, quer em bola corrida quer na execução de bolas paradas, nos penáltis e, sobretudo, nos livres, em que se tornou um verdadeiro especialista.

A sua apetência, espontaneidade e potência de remate são inatas desde jovem, mas Bruno Fernandes apurou essas capacidades com trabalho específico, perseverança e ambição de chegar ao topo e que remetem para o exemplo de Cristiano Ronaldo, com quem partilha algumas dessas qualidades.

A evolução de Bruno Fernandes não se restringiu ao aspeto individual, mas também à sua influência no coletivo, prova da sua inteligência e maturidade, ao afirmar-se como o líder em campo, aquele por cujos pés se filtra o jogo da equipa e dos quais pode nascer o lance, seja através de uma assistência, de um remate de meia distância ou de um momento de inspiração que vai fazer a diferença.

Seja como for, os números não mentem, como se pode constatar pelo facto de Bruno Fernandes somar aos 32 golos nada menos de 17 assistências para golo, o que lhe confere uma participação direta em 49 golos e se traduz numa percentagem de cerca de 45% do total de 110 marcados pela equipa.

O seu jogo de cabeça é um dos raros aspetos em que não é exímio, apesar de ter marcado ao Feirense num cabeceamento na área, mas sendo destro e o seu remate com o pé direito letal, também chuta muito bem com o pé esquerdo, como atesta o facto de somar seis golos esta época com esse pé, um deles o fantástico golo que marcou ao Benfica em Alvalade, na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal, e que ditou o apuramento do Sporting para a final.

Com os seus 20 golos na I Liga, Bruno Fernandes ficou em segundo lugar na lista de melhores marcadores, só batido pelo avançado suíço do Benfica, Haris Seferovic, com 23, e passou a ser o melhor português do século XXI, à frente de um ponta de lança como Nuno Gomes e de um extremo como Simão Sabrosa, que fizeram 18 golos nas épocas de 1999/00 e 2002/03, respetivamente, ao serviço do Benfica.