O Benfica conseguiu em 2018/19 fazer o nacional de futebol ‘regressar’ aos tempos de Peyroteo e Eusébio, ao concluir a prova com 103 golos, igualando, 55 anos depois, o seu recorde e o segundo melhor registo da história.
Na I Liga, a barreira dos 100 golos não era ultrapassada há 46 anos, mais precisamente desde 1972/73, quando os ‘encarnados’ apontaram 101, decisivos para o registo ímpar de 28 vitórias e apenas dois empates, ambos após terem assegurado o cetro.
Antes, os três dígitos apenas tinham sido alcançados por três vezes, em campeonatos com apenas 26 jornadas, duas pelo Sporting, dos ‘cinco violinos’, com ‘irrepetíveis’ 123 em 1946/47 e 100 em 48/49, e uma pelo Benfica, os agora igualados 103 em 63/64.
Depois dos 101 de 1972/73, o Sporting em 1973/74 (96, com 46 de Yazalde) e o Benfica em 1975/76 (94, com 30 de Jordão e 29 de Nené), no que era o derradeiro campeonato acima dos 90 tentos, foram as únicas equipas a ‘ameaçar’ o centenário.
Nos últimos anos, o melhor registo eram os 88 golos (anterior recorde a 34 jornadas) do Benfica em 2015/16, a primeira época de Rui Vitória, que, em 15 rondas, só contribuiu esta época com 31 golos (média de 2,1 por encontro).
Depois, chegou Bruno Lage e tudo mudou, com os ‘encarnados’ a apontarem 72 golos em 19 encontros, à impressionante média de quase quatro tentos (3,8) por jogo, com a barreira dos 100 tentos a ser alcançada e ultrapassada na 34.ª e última ronda.
O Benfica de Lage, com cinco jogadores (Seferovic, Rafa, João Félix, Pizzi e Jonas) a chegarem aos dois ‘dígitos’, fez, assim, aquilo que só o Sporting de Peyroteo e dos ‘cinco violinos’ e o Benfica de Eusébio haviam conseguido, sendo que, alargando a sua média aos 34 jogos, os ‘encarnados’ ultrapassariam os 128.
O recorde é do Sporting de 1946/47, com 123 golos, à média mais do que impressionantes de 4,7 por encontro. Só os ‘cinco violinos’ totalizaram 107 golos, com 43 de um imparável Peyroteo, 28 de Jesus Correia, 16 de Albano, 12 de Travassos e oito de Vasques.
Duas épocas depois, ficaram-se por mais ‘modestos’ 100, em mais uma época marcada pela veia goleadora de Peyroteo, que à sua conta apontou 40. Foi o seu sexto título de melhor marcador do campeonato, numa altura em que não havia ‘Bota de Ouro’.
No início da década de 60 do século passado, mais precisamente em 1963/64, o Benfica bicampeão europeu (1960/61 e 61/62) também conseguiu chegar aos 100 golos, mais precisamente aos 103, alicerçado no ‘rei’ Eusébio da Silva Ferreira.
O ‘pantera negra’ marcou 28 golos e foi pela primeira vez o melhor marcador do ‘nacional’, feito que repetiria mais seis vezes, a última em 1972/73, com 40, decisivos para o segundo centenário dos ‘encarnados’ (101).
O registo de Eusébio valeu-lhe a segunda ‘Bota de Ouro’ da carreira, depois de já ter conquistado a primeira edição do troféu, em 1967/68 (com 42 golos).