O treinador Unai Emery considerou hoje que o Villarreal tem capacidade para rebater o favoritismo do Manchester United na final da Liga Europa, enquanto Ole Gunnar Solskjaer deseja que um triunfo seja o início de “algo maior”.
“Há dez meses, o Manchester era o grande favorito na Liga Europa. Somos candidatos. Fomos capazes de entrar sorrateiramente entre os melhores e fomos bem-sucedidos. Somos fortes candidatos ao título, mas não os favoritos. Eles têm grandes jogadores e muita história, mas temos argumentos reais para ganhar a taça”, disse o técnico espanhol, antevendo o jogo decisivo na Polónia.
Já o Manchester United não tem engrossado a sua longa lista de troféus desde 2017 – quando ganhou a Liga Europa, com José Mourinho -, pelo que impor-se ao rival espanhol é bem mais do que evitar quatro épocas consecutivas sem qualquer título, algo que não acontecia desde o início dos anos 80, nos primeiros tempos de sir Alex Ferguson.
“Estas são grandes noites para nós. Pode ser o ponto de partida para algo melhor por vir, um futuro brilhante porque esta equipe é uma equipe jovem. É uma equipe que reconstruímos nos últimos dois anos, então, esperançosamente, este é o começo de algo mais”, disse o técnico norueguês.
Unai Emery, que já venceu a competição por três vezes, todas pelo Sevilha, recorde que partilha com Giovanni Trapattoni, assume que a prova é “muito complicada” de ganhar devido ao número de “grandes equipas”, porém defende que o Villarreal “mereceu muito” a final.
“Agora queremos dar o nosso melhor, através das nossas qualidades, moldando a nossa ideia de jogo. Este projeto tem credibilidade e reconhecimento. É estável e viveu grandes momentos. É para fazer coisas importantes. O clube tem quebrado barreiras nos últimos anos e agora ultrapassámos a barreira das semifinais. Estamos orgulhosos, mas isso responsabiliza-nos e queremos dar um passo em frente. Queremos vencer a competição”, frisou.
Agora, garante que o favoritismo, que atribui ao rival, “só importa antes” dos jogos, pois, no relvado, vale “muito mais o momento anímico e as oportunidades que encontres durante o desafio”, numa competição na qual “todas as finais são diferentes”.
“O Manchester United pode sentir-se favorito e com capacidade para vencer qualquer um, mas temos argumentos para disputar esta final”, concluiu.
Os ‘red devils” nao devem poder contar com o seu ‘capitão’, o central Harry Maguire, que não tem jogado e falhou o treino de hoje com uma lesão no tornozelo, enquanto o avançado Anthony Martial não recuperou dos problemas no joelho que têm mantido afastado dos relvados nos últimos dois meses.
“Estou confiante. Os jogadores estão preparados, vi algo crescer neles, estão mais confiantes, resistentes e estou convicto de que estamos preparados para isto. Tudo pode acontecer numa final, só temos de estar preparados”, disse Solskjaer.
A final vai ser 22 anos depois do antigo avançado do Manchester United ter marcado o golo da final de 1999 na reviravolta dos últimos minutos ante o Bayern Munique (2-1), com os dois tentos já em tempo de desconto.
Alex Ferguson era o treinador dos ingleses e agora seguiu com a equipa para Gdansk, um amuleto que o treinador não valoriza demasiado.
“O facto de termos sir Alex connosco é bom, mas quando os jogadores assinam com o Manchester é para ganhar troféus, aceitam o desafio de representar o maior clube do mundo”, justificou.
Três ligas dos campeões (1968, 1999 e 2008), uma Liga Europa (2017), com José Mourinho, uma Taça das Taças (1991) e uma Supertaça Europeia (1991) são o pecúlio internacional do ‘gigante’ 20 vezes campeão inglês, entre outros troféus em solo britânico.
Já o ‘submarino amarelo’ nunca foi campeão espanhol, destacando-se o segundo lugar em 2008, enquanto nas provas europeias quebrou, finalmente, o trauma das meias-finais, nas quais caiu em 2004 ante o Valência e em 2011 perante o FC Porto, que ganharia a competição, por 1-0 frente ao Sporting de Braga.
No momento mais alto da sua história, chegou também às ‘meias’ da Liga dos Campeões de 2006, sendo afastado pelo Arsenal, de quem se vingou agora na mesma fase da segunda competição da UEFA: Unai Emery também levou os ‘gunners’ à final de 2019, perdida para o Chelsea (4-1).