O FC Porto saiu de Manchester com muitas críticas à arbitragem de Andris Treimanis, no relvado do Etihad, e Pedro Henriques, antigo árbitro internacional português, destaca que os elementos que estão no videoárbitro costumam defender-se com aquilo que está protocolado.
"Os videoárbitros são avaliados, têm nota e essa nota é importante para a carreira deles. É bom que a gente perceba isso, quer a nível nacional quer internacional. Eles agarram-se muito às questões do que está escrito no protocolo. Não dizem quando o árbitro erra... o VAR tem intervenção. Não. É quando o árbitro erra de forma clara e óbvia. Estamos a dar dois adjetivos fortes ao erro", explicou Pedro Henriques.
O ex-árbitro confirmou depois que os videoárbitros se protegeu. "Protegem-se porque se agarram ao protocolo. Depois a UEFA pode penalizar porque pode achar que a justificação não é correta", salientou, dizendo que "a maior parte dos videoárbitros seguem à risca o protocolo independentemente do produto final".
Um dos lances que tem dado que falaram é o do penálti assinalado a favor dos britânicos que, por via do mesmo, conseguiram na altura chegar ao empate na partida.
"Devería o VAR dizer ao árbitro para ir ao monitor rever o lance. Estaria a considerar a falta atacante [de Gündogan] antes [do lance de Pepe]", realça o ex-árbitro português.
Pedro Henriques explica a análise que fez do lance que esteve na origem do primeiro golo da formação de Pep Guardiola no Etihad, em Manchester.
"O Gündogan ao tentar passar pelo Marchesín, o Marchesín estica a perna e toca claramente na bola, o que ainda por cima ajudaria melhor numa decisão do videoárbitro (VAR) porque o guarda-redes consegue tocar na bola e o Gündogan, ao não conseguir parar o seu movimento acaba por pisar de forma clara e até com algum perigo o guarda-redes", analisou Pedro Henriques.
Na Antena 1, o ex-árbitro diz que mesmo que tenha sido "sem querer" o que é certo é que o jogador do City acabou por tocar no argentino que defende as redes do FC Porto e acredita que haveria aí motivos para assinalar falta a favor dos dragões.
Já depois das críticas na crónica da partida, onde o FC Porto referiu que "um letão e um holandês ajudaram à festa inglesa", também Sérgio Conceição se queixou da arbitragem.
O treinador do FC Porto pediu "desculpa" aos árbitros portugueses depois do que viu em Manchester e, nesta quinta-feira, recorde-se, também o clube da Invicta serviu-se da sua newsletter oficial para fazer novos ataques à arbitragem de Andris Treimanis, dizendo que o que se passou no duelo "não pode ser branqueado".
Em Manchester, Luis Díaz ainda fez ‘sonhar’ com a 188.ª vitória, ao inaugurar o marcar, aos 14 minutos, mas nem sequer foi possível salvar o 84.º empate, já que Agüero, aos 20, de penálti, Gündogan, aos 65, de livre direto, e Ferrán Tores, aos 73, selaram a reviravolta dos citizens que venceram o conjunto português.