László Bölöni, o treinador que lançou Cristiano Ronaldo, lembrou os "problemas" que teve quando garantiu que a então promessa do Sporting iria ser melhor do que Luís Figo e Eusébio da Silva Ferreira.
Foi no dia 14 de agosto de 2002 que Bölöni, durante um jogo do Sporting com o Inter Milão, para a fase de grupos da Liga dos Campeões, tirou Toñito e meteu um desconhecido de 17 anos.
"Naquela época, perguntaram-me por Cristiano Ronaldo numa entrevista e eu disse que ia superar Figo... e até Eusébio. Essas palavras criaram-me problemas porque são dois deuses em Portugal", recordou o técnico romeno, em entrevista à Marca.
Uma garantia que se confirmou, com CR7 a registar números estratosféricos: Cinco bolas de ouro, quatro botas de ouro, cinco Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia, uma Liga das Nações, seis campeonatos, melhor marcador na história do Real Madrid, da Liga dos Campeões e da... seleção portuguesa.
"Não fiquei surpreendido. Não sabia que ia ser um dos melhores da história, mas tinha a certeza que, sem lesões, seria muito bom", reforçou o ex-treinador do Sporting, agora a orientar o Antuérpia.
Bastou a Bölöni chamar Cristiano Ronaldo para um treino do plantel principal dos leões para decidir que o jovem talento nunca voltaria aos escalões inferiores.
"Era um jovem-velho, tinha uma maduridade que não é normal para alguém de 17 anos", lembrou.
O jovem que "jogava a nove" nos juvenis foi colocado a extremo direito por László Bölöni. Com "uns 60 quilos", Cristiano Ronaldo teria dificuldades "em lutar com centrais de 100 quilos", explicou o antigo técnico do Sporting.
Foi também Bölöni quem ensinou a CR7 que "uma finta é importante, duas também... mas cinco é demais".
Depois, foi Alex Ferguson, no Manchester United, quem assumiu a responsabilidade de 'trabalhar' CR7 para o transformar naquilo que é hoje. Desde então, Bölöni aguarda para ver se o capitão da seleção portuguesa tem algum limite.
"Tem uma mentalidade de gladiador. É muito forte, mas quer sempre mais. É um rapaz muito trabalhador, dispõe de um físico privilegiado, tecnicamente é um jogador dotado... Se não se lesionar creio que poderá jogar muitos mais anos", concluiu o treinador que lançou Cristiano Ronaldo.