Grande Futebol
"Suárez? Não o odeio e nunca odiei, mas tive vontade de esmurrá-lo"
2019-08-04 15:35:00
Patrice Evra recorda incidente com uruguaio em 2011

Patrice Evra concedeu uma entrevista ao jornal 'DailyMail' na qual recordou o incidente racista com Luis Suárez em 2011, quando o uruguaio jogava no Liverpool. Agora afastado dos relvados, o francês, que na altura representava o Manchester United, acusou o avançado de lhe chamar "negro" repetidamente e revelou que recebeu "ameaças de morte" após o episódio. 

"Recebi cartas com ameaças de morte. Durante meses tive um carro com seguranças à porta da minha casa 24 horas por dia. Não foi fácil para a minha família, mas para mim, que cresci nas ruas de Les Ulis, não foi tão difícil. (...) Não sei se Suárez é racista. Não conheço a sua família nem as suas origens, mas naquele dia houve uma atitude racista da parte dele", conta Evra. 

"Eu disse na altura que não queria que ele fosse castigado porque eu não o conhecia o suficiente para dizer se ele era ou não racista. Mas é um facto que usou uma palavra racista", acrescentou. 

Luis Suárez admitiu mais tarde ter apelidado o francês de "negro", mas alegou que não foi num contexto racista. Quando se cruzaram pela primeira vez após o incidente, o uruguaio recusou cumprimentar Evra. 

"Eu não o odeio, nunca odiei. Na altura a minha vontade era esmurrá-lo, mas para mim é impossível odiar alguém. Não tenho ódio no meu coração. Posso reagir na hora, mas ódio é uma palavra demasiado forte para mim. Quando me pediram para escolher um onze ideal, coloquei o Suárez na equipa, porque ele era o melhor avançado na altura. Como posso não reconhecer o seu talento, mesmo que não seja uma boa pessoa? Nem sei se ele é ou não uma boa pessoa", finalizou. 

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