Grande Futebol
"Sei que às vezes pareço um perfeito idiota", diz Klopp
2020-11-11 19:45:00
Técnico alemão 'abre o livro' no recente documentário sobre o Liverpool

Jurgen Klopp é um dos treinadores mais carismáticos da atualidade. Além do recente sucesso desportivo no Liverpool, o técnico alemão é também reconhecido pelo ‘espetáculo’ que dá no banco, onde normalmente não esconde as emoções. 

Essas emoções, de resto, foram descritas pelo próprio no documentário dos ‘reds’, ‘The End of the Storm’, cujos trechos foram divulgadas esta quarta-feira pelo The Guardian. 

Numa das passagens, o treinador alemão explica algumas das suas reações e assume que, por vezes, parece “um perfeito idiota”. 

“As pessoas veem-me constantemente animado, a ranger os dentes e a pontar. Não posso tornar-me no ‘Pensador’ de um dia para o outro e ficar com o queixo pousado na mão. Todos vão pensar que algo se está a passar. Sei que, por vezes, pareço um perfeito idiota junto à linha lateral”, admitiu. 

Klopp recordou também a passagem pelo Dortmund, na Alemanha, onde diz deter o recorde de treinador com “mais cartões vermelhos e multas” na história da competição. 

“A ironia não ajuda, os árbitros não sabem lidar com isso. Penso que no meu primeiro cartão vermelho como treinador fui até ao auxiliar e disse: ‘quantas decisões erradas são permitidas? Porque se forem 15 ainda temos uma’. Ele levantou a bandeira e, de repente, já estava a caminho da bancada. Não consigo estar sentado”, explicou. 

De acordo com o The Guardian, o documentário sobre o Liverpool mostra ainda como o emblema inglês viveu com a pandemia da covid-19, nomeadamente com o encontro frente ao Atlético Madrid, que viria a determinar a eliminação dos ‘reds’ da Liga dos Campeões. 

“Acordei na segunda-feira de manhã e soube que Madrid estava a fechar escolas e universidades. Fizemos um jogo extremamente importante da Liga dos Campeões contra o Atlético e entre 5000 e 6000 pessoas vieram de Madrid. Isso não fazia absolutamente sentido nenhum. Foi muito difícil preparar o jogo naquela noite, pedir aos jogadores que fizessem tudo para o vencer sem saber o que iria acontecer no dia seguinte”, começou por enquadrar Klopp. 

“Jogamos um jogo muito bom, mas perdemos e fomos eliminados. Depois disso, lembro-me que fiquei muito irritado pela forma como o Atlético jogou, mas cinco minutos mais tarde, depois das entrevistas, pensei: ‘que idiota que és, preocupas-te em perder um jogo de futebol quando o mundo está numa situação muito difícil’. Então voltei para casa e no dia seguinte, ao entrar no centro de treinos, já estava claro que a liga iria parar”, finalizou.