Grande Futebol
SC Braga e como sorrir perante o desperdício próprio e o infortúnio alheio
2017-12-07 20:30:00
Istambul Basaksehir dominou, venceu apesar das maiores oportunidades terem sido portuguesas, mas acabou a sonhar em vão.

Se é certo que em Istambul se jogava, quase exclusivamente, pelo prestígio, honra e prize-money, o prémio devia ser suficiente para algo mais que tão pouco. Pouco de parte a parte, num ritmo baixo que até a equipa de arbitragem pareceu adormecer a espaços. Até o tradicional ambiente turco faltou e foram bancadas despidas de público que festejaram o nada. Tudo, porque apesar da vitória da equipa da casa, o empate entre TSG Hoffenheim e Ludogorets impossibilitou que Basaksehir acompanhasse o SC Braga para os dezasseis-avos de final da Liga Europa. Um resultado que permitiu ao emblema minhoto vencer o Grupo C e integrar o sorteio de segunda feira como cabeça de série.

Em Istambul o minuto inicial enganou. Fábio Martins, a responder a um cruzamento de Esgaio, ficou a centímetros de inaugurar o marcador, mas se o lance podia antever uma demonstração de domínio e controlo da partida por parte do conjunto de Abel, a realidade esteve longe de ser assim. O domínio da primeira parte foi quase total por parte da equipa turca e só com o avançar dos minutos, já bem perto do intervalo, o encontro se começou a tornar dividido. Visca fez o golo inaugural do marcador aos 10 minutos mas, mesmo assim, já o domínio turco se fazia sentir perante tamanha hegemonia ao nível da posse de bola. O SC Braga não tinha bola e só de forma muito esporádica chegava à área adversária. Porém, curiosamente, foi para o conjunto português que pertenceram as principais ocasiões de golo. Não só por Fábio Martins, mas também quando aos 22 minutos Ricardo Horta surgiu isolado à entrada da área rematando por cima, mas, principalmente, quando Fábio Martins, aos 32 minutos, rematou em arco à barra da baliza do Basaksehir. A equipa turca dominava, estava na frente, tinha mais bola, mas era ao SC Braga que iam pertencendo ocasiões de perigo. Algo que sempre pareceu mais consentido pelos turcos que conseguido por parte da equipa minhota. Afinal, as notícias que chegavam da Alemanha eram positivas.

O SC Braga entrou na segunda parte como terminou a primeira. Mais por cima do jogo que os turcos, foi sem surpresa que o empate chegou, por Raúl Silva, aos 55 minutos num lance em que o central aparenta estar em posição irregular. Um erro que não seria singular na partida, já que o golo da vitória turca, aos 77 minutos, por parte de Emre, surgiu de uma grande penalidade cavada por Mossoró a Bruno Viana. Experiente, o internacional turco não tremeu. Se a segunda parte iniciou viva, o ritmo caiu drasticamente com o avançar do encontro. Só a grande penalidade de Emre abanou uma partida que não chegou a ameaçar a letargia até cair nela. No máximo, Dyego Sousa tentou acordar as hostes, mas desta vez, estava tudo atento e o fora de jogo devido foi assinalado.

O Basaksehir sonhou em vão. Mesmo perante a vitória, um golo do Ludogorets na Alemanha, perante o Hoffenheim, deixou o conjunto turco na terceira posição do grupo C. Sorriu o SC Braga que, mesmo perdendo, manteve a liderança e a entrada no sorteio de segunda feira como cabeça de série. Curioso, só mesmo o facto de ter sido um herói braguista a quase roubar a equipa minhota desse estatuto.