Grande Futebol
Ronaldo recordista salva Portugal diante da Irlanda
2021-09-01 22:35:00
Uma grande penalidade falhada a abrir e um final de jogo épico para Ronaldo

Uma exibição aquém protagonizada por Portugal, num jogo de qualificação para o Mundial2022 de futebol, frente à República da Irlanda (2-1), foi hoje salva por Cristiano Ronaldo, que bisou e isolou-se como melhor marcador mundial por seleções.

No Estádio Algarve, em Faro, o jogador dos ingleses do Manchester United desperdiçou uma grande penalidade no primeiro tempo, mas foi a tempo de redimir-se já na reta final do encontro, ao marcar de cabeça, por duas vezes, aos 89 e 90+6 minutos. O defesa John Egan, que se estreou a marcar pela Irlanda, fez o golo inaugural, aos 45 minutos.

Cristiano Ronaldo partilhava, até hoje, a marca de 109 tentos com o iraniano Ali Daei.

Esta vitória permite a Portugal destacar-se na liderança da ‘poule’, com 10 pontos, mais três do que a Sérvia, que ainda vai jogar, enquanto o Luxemburgo venceu o Azerbaijão por 2-1 e é terceiro, com seis, seguindo-se irlandeses e azeris, sem qualquer ponto somado.

Dois meses após o último jogo, que ditou a eliminação do Euro2020, aos ‘pés’ da Bélgica, nos oitavos de final, o médio João Palhinha parece ter convencido de vez o selecionador luso, Fernando Santos, que apostou no médio do Sporting pela segunda vez consecutiva a titular, em detrimento de Danilo Pereira, Rúben Neves ou William, que nem foi chamado para esta ‘janela’ internacional.

Mais surpreendente foi a inclusão de Rafa, do Benfica, no ‘onze’, opção que obrigou Bernardo Silva a jogar numa posição mais central no terreno, mas que não é nova para o extremo dos ingleses do Manchester City, já que, ultimamente, tem desempenhado funções mais interiores.

De resto, as outras opções foram as esperadas, com Rui Patrício, João Cancelo, Ruben Dias, Pepe, Raphaël Guerreiro, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Diogo Jota e o capitão Cristiano Ronaldo.

Como se perspetivava, e apesar de o selecionador irlandês ter deixado claro na antevisão que a sua equipa não se ia limitar a defender, Portugal entrou no encontro a todo o ‘gás’, instalando-se no meio-campo adversário a pressionar alto, para provocar um eventual erro, que surgiu quando ainda não estavam completados 10 minutos.

Com a clara missão de apenas defender, a Irlanda tentou construir jogo a partir do seu guarda-redes, um jovem de apenas 19 anos, que alinha na terceira divisão inglesa, porém, viu o colega Jeff Hendrick desprevenido derrubar Bruno Fernandes dentro da grande área.

O lance ainda foi revisto no videoárbitro (VAR) pelo esloveno Matej Jug, que, apesar de duvidoso, apontou para a marca do castigo máximo, da qual o capitão das ‘quinas’, a apenas um golo de se isolar como melhor marcador mundial por seleções, não teve astúcia para bater Gavin Bazunu, do modesto Portsmouth.

O domínio luso era indiscutível, contudo os irlandeses, mesmo atabalhoados, conseguiam sair em transição e obrigar Portugal a correr e a aplicar-se defensivamente, evitando sobressaltos para Rui Patrício.

Seguiu-se um cabeceamento perigoso de Diogo Jota ao poste, após cruzamento de João Cancelo, ainda antes dos 30 minutos, altura em que Fernando Santos via do ‘banco’ a equipa perder algum fulgor, enquanto os irlandeses tentavam a sorte nas vezes que chegaram perto da baliza.

E foi depois da melhor ocasião criada pelos visitantes, quando Patrício negou a Aaron Connolly a oportunidade de marcar, que Portugal foi surpreendido e de bola parada.

João Cancelo, que já tinha errado ao dar demasiado espaço ao adversário, voltaria a falhar na marcação, permitindo a John Egan, do secundário Sheffield United (Inglaterra), abrir o ativo de cabeça, na sequência do canto cobrado por McGrath.

Para dar novo ímpeto e mais presença ao ataque português, André Silva entrou para o lugar de Rafa – continua em ‘branco’ pela seleção, mas nem assim houve melhorias, com as tentativas a resumirem-se a um jogo mais direto, em detrimento do jogo interior.

A Irlanda teve menos chegada à baliza e, com o passar do tempo, aproveitou para ‘queimar’ tempo e quebrar o ritmo que Portugal tentava incutir. Bruno Fernandes, de meia distância, quase surpreendeu Bazunu, aos 55 minutos.

O lateral Nuno Mendes e o médio João Mário, que não jogava por Portugal desde outubro de 2019, trouxeram frescura e mais poder ofensivo, tendo sido já com Moutinho em campo que o campeão europeu em 2016 criou umas das melhores chances do segundo tempo, pelos ‘pés’ de um displicente Bernardo Silva, aos 72, que atirou por cima com a baliza à mercê.

Os golos da salvação estariam reservados para a reta final da partida. O até então desinspirado Ronaldo ‘avisou’ de livre direto, aos 89 minutos, que iria resolver a partida a favor de Portugal, numa reviravolta de cabeça, a passe de dois suplentes utilizados, Gonçalo Guedes e João Mário.

No sábado, os lusos vão defrontar o Qatar, num particular marcado para Debrecen, na Hungria, retomando a qualificação na terça-feira, com o Azerbaijão, em Baku, em jogo da quinta jornada.