A goleada imposta esta quarta-feira por Portugal a Andorra (7-0), no Estádio da Luz, deixou Fernando Santos "muito orgulhoso". Em conferência de imprensa, o selecionador nacional destacou inúmeras vezes a qualidade individual dos jogadores e, acima de tudo, a capacidade de trabalho e perceção nas ideias de jogo propostas. 

"A equipa respondeu muito bem ao que eu queria, sempre com muita segurança. Foi muito mérito do trabalho dos jogadores.  A verdade é que só com um treino, na realidade, é uma sensação muito boa que os jogadores procuram fazer bem. É muito bom, porque abre a porta não só aos jogadores como ao leque que eu posso escolher. Todos eles têm esta vontade, mas somam isso àquilo que o treinador pretende. É o mais importante que eu tenho a tirar deste jogo. Tudo o resto é crescer, crescer e crescer", começou por explicar. 

"Sou um selecionador feliz por ter jogadores com espírito de ganhar, lutar e que acreditam que podemos conquistar títulos. Isso deixa-me satisfeito, claro. Eles vão para o campo e cumprem o que eu quero, só podia ser feliz", continuou. 

Fernando Santos explicou que as escolhas tiveram que ver também com o tempo de jogo que os protagonistas têm tido ao serviço dos respetivos clubes, antes de enaltecer novamente o "mérito dos jogadores", desta vez no plano defensivo, depois de cumprir cinco jogos sem sofrer golos. 

"É mérito dos jogadores. Eu tento passar as ideias, procuro conversar com eles. Sabemos que para ganhar é fundamental para marcar golos, mas também sabemos que estamos mais perto de ganhar se não sofrermos. (...) Não temos vergonha disso. Não temos vergonha de saber que para ganhar é preciso marcar golos, mas que se não sofrermos estamos mais perto", vincou. 

A partida desta quarta-feira ficou ainda marcada por mais um golo de Cristiano Ronaldo com a camisola das quinas, deixando o capitão de Portugal com 102 golos, a apenas sete golos do recorde de Ali Daei. 

Fernando Santos deixou o avançado no banco e admite que todos "estavam com azia" por quererem estar em campo. No entanto, o selecionador nacional sublinhou que Ronaldo não precisava de jogar com Andorra para "ser o melhor marcador do mundo", porque o será mais cedo ou mais tarde. 

"Estavam todos com azia na bancada, todos queriam jogar. Não há aqui nenhum jogador que não quer, é uma bênção ter 23 jogadores que sofrem com os outros, que querem jogar, e se tiverem de jogar vão lá para dentro como se nada fosse. Na verdade, as iscas que eles comem são boas, [a azia] rapidamente passa. Isso é que é importante. O Ronaldo não precisa de jogar e marcar com Andorra para ser o melhor marcador da história, que vai ser. Ronaldo esteve 19 dias sem jogar, confinado em casa. É um dos que mais precisa de ter ritmo. Ansioso? Não sei, mas é óbvio que o jogador quer sempre marcar golos", concluiu Fernando Santos.