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Grande Futebol

Ray Wilkins, “The England stalwart”, um homem “muito à frente do seu tempo”

RedaçãoPor 5 Mins Leitura

Capitão da Inglaterra morreu aos 61 anos vítima de uma crise cardíaca

“The England stalwart”. A forma como os jornais de referência em Inglaterra falam de Ray Wilkins diz praticamente tudo sobre o homem e o jogador, que faleceu esta quarta-feira, aos 61 anos, vítima de uma crise cardíaca. O médio, que representou Chelsea, Manchester United, Milan e Glasgow Rangers, era visto como um capitão leal, uma pessoa de confiança, o tal “stalwart”, o suporte que qualquer equipa necessita. “Fiquei devastado com a notícia da morte do meu colega”, afirmou Peter Shilton, mítico guarda-redes da seleção inglesa e amigo de longa data de Wilkins, descrevendo-o como “um grande futebolista, muito respeitado por todos os jogadores.”

“Era um homem muito à frente do seu tempo, um jogador fantástico que sabia gerir de forma única a posse de bola. Sabia temporizar o jogo, sabia quando devia passar curto, quando devia passar longo. É uma lenda não só de Chelsea como da seleção inglesa”, acrescentou Shilton, lembrando que Wilkins não ficou muito longe das 100 internacionalizações. Terry Butcher, também contemporâneo de Wilkins, qualificou o centro-campista como um “gentleman”. “Era um ‘gentleman’ no pleno sentido do termo, mas um ganhador inveterado. Foi um privilégio jogar com ele. Era um jogador carismático, grande nos balneários, grande fora deles, que gostava do futebol bem disputado.”

O selecionador britânico, Gareth Southgate, não deixou tabém de reagir à morte do internacional inglês. “A sua técnica para jogar futebol era fenomenal. No futebol moderno, os atributos que ele tinha seriam certamente mais apreciados do que foram no seu tempo. Wilkins era mesmo um jogador de top.”

Já o Chelsea descreveu o jogador como “uma figura popular e muito amada pelas muitas pessoas que o conheceram, que viam nele um dos homens mais simpáticos no futebol. Tinha o dom da palavra e um amor contagiante pelo desporto”. Já o Manchester United destacou a inteligência evidenciada por Wilkins. “Era um médio possante, dono de uma habilidade para o futebol brilhante e com uma inteligência para o jogo fantástica”, escreveu o clube do português José Mourinho, em comunicado.

Com apenas 18 anos, em 1973/74, Ray Wilkins estreou-se na equipa principal do Chelsea, na qual permaneceu seis temporadas até se mudar para Old Trafford onde conquistou a Taça de Inglaterra em 1982/83. Brilhou ao serviço do United nas competições europeias e emigrou em 1984 para jogar por três anos no Milan de Franco Baresi e companhia. Em 1987 teve uma breve passagem pelo Paris Saint-Germain, antes de assinar pelo Rangers. Conquistou o único título de campeão da carreira no clube de Glasgow, em 1988/89, época em que também conquistou a Taça da Escócia. Somou 84 internacionalizações por Inglaterra, dez como capitão, com destaque para as participações no Campeonato da Europa de 1980, onde apontou um portentoso golo no jogo com a Bélgica (ver vídeo em baixo) e Campeonato do Mundo de 1982 e 1986, onde teve Portugal como adversário.

Da seleção inglesa, treinada pelo antigo treinador de Sporting e FC Porto, Bobby Robson, faziam parte jogadores como Peter Shilton, Glenn Hoddle, Chris Waddle, Bryan Robson e Gary Lineker, entre outros, enquanto que do lado de Portugal alinharam jogadores como Bento, Álvaro, Inácio, Carlos Manuel, Sousa, Gomes e Futre. A Seleção Nacional venceu através de um golo apontado por Carlos Manuel a 15 minutos do final, mas o Mundial havia de ser de má memória fruto do famoso “Caso Saltillo”.

Wilkins teve uma longa carreira futebolística (durou 24 anos, até 1997), jogando em Inglaterra e na Escócia até aos 40 anos. Representou o Queens Park Rangers como jogador-treinador entre 1994 e 1996, antes de assumir o comando do Fulham. Regressou mais tarde ao Chelsea como adjunto de Gianluca Vialli, Luiz Felipe Scolari e Carlo Ancelotti e fez parte da equipa técnica que conseguiu a “dobradinha” em 2009/10. Em 2015 foi convidado para selecionador da Jordânia. Foi uma escolha pessoal do presidente da federação, o príncipe Ali Bin Al-Hussein, que dizem ter o sonho de um dia ser presidente da FIFA.

UM DOS GOLOS MAIS BELOS DE RAY WILKINS

https://playbuffer.com/watch_video.php?v=H8XH174SNNHM

AS REAÇÕES DE CONSTERNAÇÃO

As reações à morte do antigo internacional não se fizeram esperar. A começar pelo Chelsea, Manchester United e Milan, que não deixaram de lembrar, de forma emotiva, o seu jogador.

 

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