Grande Futebol
Prince, o cozido que não comeu em Lisboa e a massa que o convenceu em Itália
2018-09-11 21:00:00
Depois das negociações falhadas com o Sporting, Boateng tem estado em grande forma e explicou porquê o regresso a Itália

Muito se debateu sobre os motivos que levaram Kevin-Prince Boateng a deixar Lisboa sem ter chegado a acordo com o Sporting, no verão de 2015. Os leões conseguiram atrair um jogador que vinha com o carimbo de estrela mundial, mas falharam ao não conseguirem prendê-lo por cá. Quem sabe se à mesa das negociações estivesse um valente cozido à portuguesa e Boateng tivesse aceitado as condições apresentadas pelo clube de Alvalade. É que o jogador seguiu para fazer grandes épocas pelos clubes por onde passou depois da visita a Portugal e agora explicou a verdadeira razão porque regressou a Itália e tem a ver com comida. Mas já lá vamos.

Jorge Jesus estava em Alvalade há poucas semanas quando se começou a falar na possível chegada de Kevin-Prince Boateng ao Sporting. Apesar do enorme talento que sempre transpirou, o internacional ganês era também conhecido pelo seu estilo de bad-boy e pelos problemas físicos que o haviam apoquentado nos meses que antecederam à possível transferência para Portugal. A verdade é que o jogador, que havia passado por clubes como Tottenham, Borussia Dortmund e Milan, aterrou mesmo em Lisboa para negociar a sua transferência para o Sporting.

Depois de dois dias de avanços e recuos nas negociações, o Sporting divulgou um comunicado a revelar que não havia acordo entre ambas as partes. No documento lia-se: "A Sporting Clube de Portugal, Futebol, SAD, informa que após negociações com o atleta Kevin-Prince Boateng, não foi possível chegar a acordo relativamente aos seus direitos de imagem. A Sporting SAD deseja a Boateng felicidades pessoais e profissionais." Estavam assim encerrados dois dias de negociações sem que Jorge Jesus recebesse o tão desejado jogador de craveira internacional.

Alguns rumores davam conta de que Kevin-Prince Boateng, então com 28 anos de idade, tinha falhado nos exames médicos realizados em Alvalade e que o problema no joelho, contraído ao serviço do Schalke, seria impeditivo para o jogador contribuir de forma efetiva para os objetivos da equipa. A verdade é que daí para cá, Boateng demonstrou estre em grande forma física deixando marca pelos clubes por onde passou.

Depois de deixar Lisboa e 48 horas de indefinição para trás, Boateng decidiu regressar ao Milan, clube que já havia representado anteriormente e com sucesso. Em Itália jogou apenas 14 jogos, é certo, mas o melhor estava para vir e em 2016/17, o médio ofensivo que também pode fazer qualquer posição na frente de ataque decidiu mudar-se para Espanha e para o UD Las Palmas. O internacional ganês surpreendeu tudo e todos com uma época de grandíssimo nível, destacando-se como um dos melhores jogadores da LaLiga: marcou dez golos em 29 jogos.

O exótico jogador era, depois da reabilitação espanhola, novamente um futebolista apetecível e depois de analisadas as várias propostas decidiu-se por um regresso ao país onde nasceu: a Alemanha. Boateng juntou-se ao Eintracht Frankfurt, em 2017/18, e a opção revelou-se outra vez acertada, jogou 36 partidas em toda a temporada e marcou seis golos numa equipa que terminou na oitava posição da Bundesliga e conquistou a Taça da Alemanha batendo o todo poderoso na final de Berlim. Mais uma época em grande e sem vestígios de problemas físicos.

Próxima paragem: Sassuolo. Kevin-Prince Boateng justificou o seu regresso a Itália, depois de duas passagens no Milan em alturas distintas, com razões gastronómicas. É verdade. Em entrevista à "Gazzetta dello Sport", o internacional ganês afirmou ter optado pelo Sassuolo e pelo regresso a Itália porque... gosta de massa. A comer muita pasta ou pouca, a verdade é que Boateng está mais forte do que nunca e já soma três golos nos quatro jogos oficiais que realizou com as cores do Sassuolo na presente temporada.

Quem sabe o que teria acontecido se, em Alvalade, em cima da mesa de negociações estivesse um belo cozido à portuguesa.