A seleção nacional esteve por duas vezes em vantagem mas deixou-se empatar diante um México bem organizado
Portugal empatou com o México (2-2) na estreia na Taça das Confederações, um resultado que acaba por ter algum sabor amargo, não pela exibição da equipa portuguesa, que foi sofrível, mas porque a quatro minutos do fim, Cédric tinha acabado de fazer o 2-1 e tudo parecia bem encaminhado para que o campeão europeu em título conseguisse a conquista dos três pontos que dariam outra margem de manobra para enfrentar o próximo adversário, a Rússia. Um lance de bola parada, aos 90’+1, com José Fonte a ficar mal na fotografia, permitiu que o México empatasse pela segunda vez na partida, sinalando as deficiência da defesa portuguesa neste tipo de lances.
Para a estreia na competição, Fernando Santos puxou dos galões e apresentou um onze só de campeões europeus, deixando André Silva e Gelson no banco chamando para a titularidade Quaresma. Do lado do México, os ‘portugueses’ Diego Reyes, Layún, Herrera e Jiménez foram todos titulares. A equipa portuguesa apresentou-se durante mais momentos da primeira parte em 4x4x2, com Nani a fazer dupla com Cristiano Ronaldo, Quaresma na direita e André Gomes na esquerda. O México, em 4x3x3, entrou melhor no jogo e os primeiros 20 minutos foram muito difíceis para Portugal que teve uma entrada em falso. Algo lento de processos, não conseguiu fazer a circulação de bola e jogava num bloco baixo, recorendo a bolas longas para tentar chegar à área do México. Os mexicanos, por sua vez, chamaram a eles a bola, e fizeram sempre pressão alta ganhando superioridade a meio-campo.
A partir dos vinte minutos, Portugal soltou-se um pouco da pressão mexicana, muito por culpa de Quaresma, o melhor português em campo. Mas a ideia geral era de que a equipa portuguesa jogava muito mais em função do adversário, do que com uma identidade própria e de maior risco. A seleção portuguesa valeu-se do talento individual de Ronaldo e Quaresma para chegar ao golo. A frieza do ‘mustang’ diante Ochoa é um regalo. Antes, o vídeo-árbitro anulara, bem, um golo a Portugal por fora de jogo. Não demorou muito o golo do empate do México, por Chicharito, num erro de Raphael Guerreiro que falhou um alívio. A defesa portuguesa mostrou alguma dificuldade nos lances aéreos e nas bolas paradas, e acabou por pagar caro isso.
A segunda parte iniciou-se numa toada mais pausada e o equilíbrio era a nota dominante. Fernando Santos resolveu mexer. Fez entrar Adrien Silva e Gelson Martins para os lugares de João Mourinho e Nani. Portugal passava a jogar em 4x3x3, com Gelson e Quaresma nas alas e Ronaldo sozinho no centro. Uma mudança estratégica sem resultados, com Portugal a perder presença na área. O México também já não era o mesmo e não criava perigo para a baliza de Rui Patrício. Impunha-se a entrada de André Silva que acabaria por entrar já muito perto fim para o lugar de Quaresma. E foi com o avançado do Milan que Portugal chegaria ao 2-1. Gelson ainda teve nos pés a oportunidade de sentenciar a partida, mas rematou ao lado. Ao cair do pano, na sequência de um canto, Portugal voltou a sentir as dificuldades que sente nos lances de bola parada e permitiu o empate de um México atrevido no ataque mas com muitas deficiências no momento defensivo que não foram exploradas por Portugal.
Com a Rússia, na próxima quarta-feira, e com a importância de vencer o jogo para dar um passo rumo às meias-finais da Taça das Confederações, vai ser preciso um Portugal diferente deste, com outra estratégia, que terá de passar por mais presença na área.