Um golo solitário de Lukas Nmecha impediu hoje Portugal de inverter a malapata no campeonato da Europa de sub-21, ao somar o terceiro desaire em outros finais, diante da Alemanha, por 1-0, punindo uma exibição abaixo da média.
Perante 4.883 espetadores no Estádio Stozice, em Ljubljana, o avançado germânico faturou aos 49 minutos, assistido com um passe categórico de Ridle Baku pelo corredor direito, selando o terceiro título da ‘mannschaft’ (2009, 2017 e 2021) em cinco finais.
Portugal quebrou um recorde vitorioso de 12 partidas e desperdiçou uma oportunidade histórica para consumar um inédito pleno de conquistas continentais de seleções nos escalões sub-17, sub-19 e sub-21, repetindo as derrotas de 1994 (0-1 face à Itália, com ‘golo de ouro’) e 2015 (3-4 com a Suécia nos penáltis, após 0-0 nos 120 minutos).
Ao terceiro jogo em sete dias, Rui Jorge promoveu duas alterações face à vitória sobre a Espanha (1-0), nas meias-finais, com o médio Florentino a render Gedson no vértice mais recuado do losango, enquanto Tiago Tomás rendeu Rafael Leão na linha ofensiva.
Portugal recuperou a entrada enérgica notada ao longo da prova e deixou Finn Dahmen em sentido logo ao segundo minuto, num remate de Diogo Dalot às malhas laterais, e ao oitavo, com Tiago Tomás a corresponder a uma sucessão de ressaltos ganhos por Dany Mota na esquerda, rodando na área para atirar cruzado a centímetros da baliza alemã.
Os pupilos de Stefan Kuntz, sem novidades face ao ‘onze’ que afastou os Países Baixos (2-1), foram resistindo ao dinamismo luso com dimensão física e cresceram na pressão em zonas avançadas, onde Florentino facilitou ao quarto de hora, perdendo a bola à entrada da área para Florian Wirtz, que alvejou com estrondo a trave de Diogo Costa, após desvio em Diogo Leite.
Ao encurtar o espaço de criação no corredor central, a Alemanha limitou as unidades criativas das ‘quinas’ e tomou as rédeas, mas encarou um guardião luso intransponível aos 20 minutos, quando fez a mancha para negar as intenções de Lukas Nmecha, e aos 29, voando para afastar um pontapé intencional de longe de Arne Maier ao ângulo.
Portugal estava remetido a um bloco passivo e reavivava as dificuldades das últimas partidas para controlar o espaço entre médios e defesas e as incursões de Ridle Baku e Wirtz pela direita, embora até tenha esbanjado uma soberana chance perto do intervalo.
Pouco depois de um ‘tiro’ alto de Fábio Vieira, Dany Mota libertou em profundidade Vítor Ferreira, que surgiu isolado perante o guarda-redes Finn Dahmen, mas perdeu-se em simulações, deixou de ter condições para rematar e errou no passe para Tiago Tomás.
Rui Jorge trocou Dany Mota por Rafael Leão para o segundo tempo, sem ter ajustado a cobertura no flanco destro, onde Baku surgiu aos 49 minutos, encarou Abdu Conté e descobriu com categoria Lukas Nmecha, que driblou Diogo Costa e atirou a contar.
Sem perder a compostura, a equipa das ‘quinas’ acelerou processos e gerou perigo aos 53 e 66 minutos, com Nico Schlotterbeck a intercetar dois remates de Fábio Vieira, que tentou um ‘chapéu’ do meio-campo, aos 59, travado com aperto por Finn Dahmen.
A aposta no virtuosismo de Francisco Conceição e Jota à hora de jogo impulsionou a variação tática para o tradicional 4-3-3, estratégia que raramente trouxe melhorias à exibição portuguesa, que foi sobrevivendo à custa da atuação inspirada de Diogo Costa.
O guarda-redes luso travou um lance de insistência de Karim Adeyemi com o pé, aos 72 minutos, um disparo de longe de Lukas Nmecha com a mão direita, aos 75, e novo raide de Adeyemi com as pernas, aos 80, em ações insuficientes para contagiar os colegas.
O avanço do relógio ia tirando discernimento aos pupilos de Rui Jorge, que esperou apenas pela reta final para reforçar o ataque com Gonçalo Ramos, e elevou a concentração do conjunto de Stefan Kuntz, sempre mais intenso em cada dividida.