Grande Futebol
"Para o Cristiano, não será nenhuma surpresa o que dizem as pessoas"
2021-03-11 20:05:00
Sergio Ramos crê que Ronaldo vai saber lidar com críticas em Itália

O internacional espanhol Sergio Ramos afirmou hoje que Cristiano Ronaldo é um jogador "extraordinário" e está preparado para lidar com as críticas decorrentes da eliminação da Juventus perante o FC Porto, na Liga dos Campeões de futebol.

Os 'dragões' atingiram os quartos de final da prova, após vencerem os italianos por 2-1, em casa, e perderem a segunda mão em Turim, por 3-2, após prolongamento, com o internacional português a merecer críticas da imprensa transalpina e do antigo treinador Fábio Capello no segundo golo sofrido pela 'juve', mas o ex-colega de Ronaldo no Real Madrid, entre 2009 e 2018, mostrou-se convicto de que o avançado vai superar esse episódio.

"Quando se fala da Juventus, toda a gente se foca no Cristiano Ronaldo. É algo com que temos de aprender a viver, sendo justo ou injusto. Para o Cristiano, não será nenhuma surpresa o que dizem as pessoas. É um jogador extraordinário, que procura sempre o melhor", disse, numa conferência de imprensa de promoção da segunda temporada da série documental "A lenda de Sergio Ramos".

O defesa-central, de 34 anos, considerou, aliás, que esta Liga dos Campeões está "mais equilibrada" face a anos anteriores e pode ser "ganha" por qualquer equipa, tendo incluído Cristiano Ronaldo no lote dos melhores com quem alinhou.

"Tive a oportunidade e a sorte de jogar com os melhores do mundo. Joguei com o Cristiano Ronaldo, com o Beckham, com o Iker [Casillas], com o Roberto Carlos no Real Madrid. Na seleção, joguei com Xavi, Iniesta e Puyol. Sempre tentei aprender algo com eles. Gostei de jogar com eles", confessou.

Além de ter como referências no eixo da defesa Fernando Hierro, jogador 'merengue' entre 1989 e 2003, e Paolo Maldini, que fez a carreira no AC Milan, entre 1984 e 2009, o jogador formado no Sevilha confessou ainda sentir um "especial carinho" pelo estilo do antigo médio ofensivo Ronaldinho Gaúcho.

"Sempre tive especial carinho por Ronaldinho. Foi dos jogadores que mais deu a este desporto. Daqui a 15 anos, vamos olhar para trás e os seus números não se podem comparar aos de Messi e de Ronaldo, mas foi um jogador distinto", referiu.

Autor de 100 golos em 668 partidas oficiais com a camisola do Real Madrid, desde 2005, e de 23 golos em 178 internacionalizações por Espanha, Sergio Ramos reconheceu ainda que o Barcelona de 2008 a 2012, treinado por Pep Guardiola, foi uma das "melhores equipas da história" e o "adversário mais difícil de enfrentar" na sua carreira.

Após o Real Madrid ter vencido o clássico com o Barcelona na primeira volta, em Camp Nou, por 3-1, com um golo de Sergio Ramos, os rivais voltam a defrontar-se no fim de semana de 11 de abril, precisamente a altura em que a série documental sobre o defesa arranca em Espanha. A estreia no resto do mundo está agendada para junho.

Disponibilizada pelo serviço de vídeo da Amazon, o documentário, com seis episódios, conta com testemunhos de figuras do Real Madrid, como Vicente del Bosque, Jorge Valdano, Raúl González e Luka Modric e de outros desportistas, como Rafael Nadal, retratando a forma como o atleta lidou com a pandemia de covid-19, a conquista do título espanhol em 2019/20, a transferência do Sevilha para o Real, em 2005, ou o 'clássico'.

"O clássico é um jogo muito especial, com repercussão a nível mundial. Quando se ganha um clássico, contra o eterno rival, a satisfação perdura para todo o ano. O jogo vale três pontos, mas também tem efeitos anímicos", assumiu.

A recuperar de uma operação ao menisco do joelho esquerdo, realizada no início de fevereiro, Sergio Ramos atribuiu o seu sucesso competitivo ao rigor do seu pai e do seu irmão para com as suas prestações em campo, à sua humildade e à sua "mentalidade".

"As horas no ginásio, num hotel ou num avião podem parecer difíceis, mas, quando se joga uma final da ?Champions' ou se ganha o título [espanhol], valem a pena. Nunca me conformei com o que consegui. Por isso continuo a manter a fome de ganhar. Tento saborear cada vitória como se fosse a última", reiterou.