Desde dezembro de 2016 que o FC Barcelona não atravessava uma série de três jogos seguidos sem triunfar.
Não se vivem tempos fáceis na Catalunha. Muito menos para Ernesto Valverde. O FC Barcelona está sem vencer há três jogos consecutivos, uma série sem triunfos que não atravessava há cerca de dois anos (entre 27 de novembro e 3 de dezembro de 2016, os catalães empataram consecutivamente com Real Sociedad, Hércules e Real Madrid). E as críticas fazem-se sentir. Há quem chegue a dizer que este Barça já não é o clube que em tempos dominou o futebol europeu. Pelo meio de muitas vozes que pedem a saída de Ernesto Valverde, a ‘Messidependência’ que já foi muito falada no clube catalão continua a ser um dos temas em foco nos dias que correm.
Por falar na dependência que o Barcelona aparenta demonstrar de Messi, foi só apenas a entrada do internacional argentino frente ao Athletic Bilbau que os catalães conseguiram empatar aquela que é a terceira partida seguida se vencer (mais derrota contra CD Leganés e empate com o Girona FC). Aliás, o 1-1 nasceu com uma jogada de Messi, que fez ainda a assistência para Munir. Por isso mesmo, foram várias as críticas à opção de Valverde em deixar Messi no banco de suplentes. “Temos um plantel para poder ser uma grande equipa, um grupo muito forte que não tem que depender de ninguém. A equipa tem jogadores de sobra para não depender de um jogador”, referiu o próprio Messi à comunicação social após o encontro de ontem.
“Valverde, tens um problema. Daquela equipa imbatível no campeonato da época passada só permanece a recordação. O treinador [Valverde] sai muito prejudicado desta semana e não apenas pelos pontos perdidos. O mais preocupante é que a sua equipa não joga bem, nem dá a entender que possa fazê-lo em breve. Há crise na cidade condal”, escreveu o jornal ‘Marca’ após o encontro de sábado. Na Catalunha. o sentimento da imprensa é semelhante.
“Este Barça poderá ganhar, ou perder jogos. Poderá, inclusive, conquistar títulos. Mas deixou, definitivamente, de ser o Barça. Perdeu toda a sua identidade. Já não é o Barça do toque, posse de bola, circulação e virtuosismo. É um Barça de futebol pobre, primitivo, de jogadas individuais. Um Barça que vive dependente da sua estrela. Que sobrevive graças a Messi. Um Barça com uma falta de identidade terrível. Muitos sócios se queixavam, nestes dias, pela mudança no símbolo do clube. Isso, seguramente, é o que menos importa. O mais triste é que este Barça está a deixar de ser reconhecível não pelos seus símbolos, mas pelo seu futebol. E isso é o pior que pode acontecer a uma equipa”, escreveu o jornalista Lluís Mascaró no jornal ‘Sport’. Palavras que representam, literalmente, aquilo que se está a passar na equipa catalã.
Como reage o principal visado a todo este clima? A olhar para a frente… é assim que Valverde está. “Há momentos nas partidas em que concedemos golos um pouco absurdos. Mas, isto é o futebol e há que seguir porque podemos ganhar e, aliás, fazê-lo bem”, reconheceu o técnico dos catalães. O próximo duelo do Barcelona é diante do Tottenham, a meio da próxima semana, para a Liga dos Campeões. A questão que fica: vai continuar a maré de resultados negativos para os ‘blaugrana’?