Grande Futebol
Ninis: maior promessa grega, craque no FM, radar do Sporting e condenado a flop
2018-10-10 15:30:00
Sotiris Ninis prometia muito e chegaram a chamar-lhe de "Messi grego", mas nunca conseguiu cumprir todo o potencial.

Em tempos visto como a maior promessa do futebol grego e um ‘achado’ para todos aqueles que passavam os seus dias a jogar Football Manager, Sotiris Ninis tornou-se num autêntico ‘flop’ com o passar das épocas e culmina esse estatuto com a ida para a segunda divisão israelita. É verdade. Agora com 28 anos de idade, o jogador que chegou a ser apontado ao interesse do Sporting, em 2011, assinou pelo Hapoel Ashkelon, na continuação de uma queda na carreira que tem vindo a acentuar-se desde que deixou o país natal.

Foi em 2006/07 que Ninis surgiu na equipa principal do Panathinaikos e cedo ganhou fama de um dos mais promissores jogadores, não apenas do futebol grego, como também do próprio desporto rei europeu. E não era para menos… A qualidade técnica que o médio apresentava no pé direito não deixava ninguém indiferente, sendo que pisava os terrenos de um ‘número dez’ dentro das quatro linhas. Todo o ‘buzz’ em torno de Ninis deveu-se, igualmente, ao facto de ter sido eleito como o melhor jogador jovem da Grécia em duas ocasiões, aos 17 e aos 20 anos de idade. Nascido na cidade de Himare, em plena Albânia, filho de pais gregos, Ninis estreou-se pela seleção helénica com apenas 18 anos, num particular frente ao Chipre, e deixou logo um golo marcado como cartão de visita.

Para que se perceba bem como Ninis era visto, recua-se alguns atrás para compreender como o jogador era descrito. “Um elegante construtor de jogo, com olho para passes em abertura que desfazem a defesa contrária, o criativo Ninis pode vir a ser decisivo para a seleção da Grécia. Não obstante a fraca estrutura, Ninis tem também a habilidade para marcar golos espetaculares com remates de longa distância, uma arma que a Grécia precisará se quiser criar problemas aos adversários.” Estas palavras, da autoria da agência Reuters, datam de 2012 e fica bem patente as esperanças que estavam depositadas no talento de Ninis. Mas, a vida prega partidas e ele nunca chegou realmente a ser o que se pensava.

Não tardou para que Ninis se assumisse como uma das principais figuras do Panathinaikos, tendo conquistado um campeonato grego pela equipa de Atenas. O médio ofensivo chegou mesmo a ser apontado ao futebol português, mais precisamente com o interesse do Sporting, que chegou a ser confirmado por um colaborador do empresário do jogador nesse momento. A verdade é que não chegou a confirmar-se nenhuma transferência, sendo que o Manchester United foi também um dos emblemas falados como potenciais interessados em contar com os serviços de Ninis, que na altura estava avaliado em nove milhões de euros.

Na temporada 2011/12, Ninis teve o infortúnio de sofrer uma rotura nos ligamentos, lesão que o afastou dos relvados durante cerca de cinco meses. Foi depois disso que se deu a primeira saída da Grécia, com a transferência a custo zero para o Parma Calcio, que disputava a Liga Italiana. Após 15 jogos pelos transalpinos em 2012/12, o grego foi cedido ao PAOK por uma temporada e em 2014/15 regresso à casa-mãe, ou seja, ao Panathinaikos. Ninis não mais conseguiu ter o estatuto de titular indiscutível e decidiu rumar ao campeonato belga para relançar uma carreira que parecia cada vez mais destinada ao esquecimento.

No entanto, a passagem pela Bélgica também não convenceu. Em 2015/16 e 2016/17 fez 26 jogos pelo Charleroi e foi ainda para o KV Mechelen, mas mal jogou. Na temporada passada, rumou a Israel para representar o Maccabi Petah Tivka, do principal escalão. O culminar da queda nesta carreira deu-se há poucos dias, depois de ter ficado sem clube, quando foi anunciado como contratação do Hapoel Ashkelon, emblema que está atualmente na terceira posição da segunda divisão de Israel. Com 33 internacionalizações pela seleção da Grécia, até chegaram a chamar-lhe de “Messi grego”, mas a carreira de Ninis é mais uma daquelas que desaponta e na qual uma promessa à qual se apontavam grandes voos não conseguiu atingir o potencial que lhe era reconhecido.