O que é isto de ser de um clube? Até hoje, nunca ninguém conseguiu explicar com exatidão as razões que levam os adeptos a amarem um clube de futebol, a sentirem aquele nervoso miudinho em dia de clássico, a romper pela chuva e frio, ou pelo sol e calor só para estar junto dos 'seus'.
Por todo o mundo existem adeptos que amam os seus clubes e todos conhecemos histórias mais ou menos emotivas de amor ao clube. Mas ninguém encontra uma explicação para que exista tal sentimento. Ama-se um clube porque sim, porque se ama. E pronto. E a justificação, de tão simples que é, acaba por ser compreendida porque ninguém consegue expressar em palavras o que tão grande preenche o coração.
É sobre uma história de amor no futebol que lhe vamos falar em seguida. Mas não é uma história qualquer. É a história de alguém que poderia ganhar milhões com um simples 'sim, eu aceito'. É de alguém que poderia treinar um dos maiores clubes da América do Sul e do mundo, berço de lendas do futebol ao longo dos anos. Esta é a história de alguém que, num tempo de futebol indústria, por amor e gratidão, gentilmente disse não.
Marcelo Alberto Bielsa é um velho caminhante do futebol, figura já lendária e carismática desta forma de vida que a tantos apaixona. Ele atualmente está sem clube e teve um convite tentador. O River Plate queria o argentino para orientar a equipa dos 'millonarios'.
Mas 'El Loco', como é conhecido, não entrou nessa 'loucura' e recusou o convite porque, como diz o povo, "o coração tem razões que a própria razão desconhece".
E diz o coração de Marcelo Bielsa que não poderia aceitar estar do lado de uma equipa que acabaria por jogar contra a sua equipa do coração, o Newell's Old Boys.
Bielsa trabalhou no clube entre 1980 e 1992, dando o seu nome ao Estádio do Newell's Old Boys. Ora, por amor e gratidão, Bielsa recusou treinar o River Plate.
O canal TyC Sports contou a história e divulgou que tudo começou quando um dirigente do River Plate sondou Bielsa. Mas o treinador assegurou que não poderia 'trair' o Newell's Old Boys.
"O treinador disse ao dirigente: 'Eu não poderia dirigir uma equipa na Argentina que vai competir contra o meu clube num estádio que tem o meu nome", cita a TyC Sports sobre um 'não' que é dos mais amorosos que o futebol argentino já teve.