Grande Futebol
“Não trocaria Rogério Ceni pelo Jorge Jesus”
2021-02-27 19:00:00
Bicampeonato do Flamengo faz esbater o prestígio do treinador português no futebol brasileiro

Ao comando do Flamengo, entre junho de 2019 e julho de 2020, Jorge Jesus tornou-se num ídolo do futebol brasileiro, em particular após ter levado a ‘nação’ à conquista da Taça Libertadores e do Brasileirão, entre outros troféus num ano recheado de sucessos.

O treinador regressaria entretanto a Portugal e o Flamengo entrou em crise, que se foi arrastando e custou o lugar a Domènec Torrent, o técnico que sucedeu a Jesus. Foi então que no banco se sentou uma antiga glória do rival São Paulo, o ex-guarda-redes Rogério Ceni.

Com a época apagada do Flamengo, o nome de Jorge Jesus regressava volta e meia à baila. Mas a verdade é que a equipa acabou por recuperar e, na penúltima jornada do campeonato, ascendeu à liderança, acabando por se sagrar bicampeão brasileiro.

Agora, nas análises à temporada do Flamengo, já há quem prefira Rogério Ceni a Jorge Jesus, como é o caso de Galvão Bueno, um dos mais populares analistas brasileiros.

“Rogério pode dar mais como técnico, mas acho que deixou a marca dele. Tem muito a crescer, consigo até vê-lo na seleção brasileira. Não o trocaria pelo Jorge Jesus”, afirmou Galvão Bueno, num balanço da temporada para a Globo.

A recuperação do Flamengo está a tornar Rogério Ceni no novo ídolo do futebol brasileiro, mostrando competência no aproveitamento do plantel montado por Jorge Jesus, ao contrário do que tinha acontecido com Domènec Torrent.

“O Flamengo ganhou com mérito, mas ganhou por ter um plantel bem superior aos outros, num campeonato marcado pela tragédia da pandemia, mas também pelo VAR, pela modernidade, por uma surpresa atrás da outra”, acrescentou Galvão Bueno.

“Rogério pode dar mais como técnico, mas acho que deixou a marca dele. As mudanças que ele fez, quando ele se acalmou um pouco, encontrando o lugar do Diego (ex-FC Porto), que está a jogar muito bem. O meio-campo com Diego, Everton, Gerson e Arrascaeta é sensacional”.

Recorde-se que, dias antes do Flamengo confirmar o bicampeonato, o nome de Jorge Jesus voltou a ser associado ao clube brasileiro, na sequência da má época do Benfica. Um rumor que ganhou tal dimensão que obrigou o vice-presidente com a tutela do futebol, Marcos Braz, a vir a público.

“Seria amadorismo e burrice o regresso de Jesus. Não sou burro nem amador”, afirmou o dirigente, em declarações citadas pelo UOL Esporte.