João Vieira Pinto tinha 21 anos quando em 1992 sofreu um pneumotórax que o deixou em risco de vida. Estava, na altura, em Glasgow, para o encontro da primeira jornada da fase de qualificação europeia para o Mundial de 1994 que opôs Portugal à Escócia e agora que regressa ao país, o antigo avançado de Boavista, Benfica e Sporting recordou o episódio mais delicado da vida.

"Nunca aqui voltei e, confesso, tenho uma memória muito vaga do que sucedeu. Lembro-me de ter chegado a Glasgow e da viagem de táxi para a clínica. Só tive noção do que acontecera e do perigoque corri quando já estava internado. Quando pensei na morte já estava fora de perigo. Tinham-me feito a drenagem, o clima era tenso, mas no fim os médicos já estavam sorridentes", recorda o antigo avançado ao jornal Record, ele que acabou por ficar doze semanas sem jogar em função do problema que criou um desentendimento entre FPF e Benfica relacionado com o regresso do jogar a Lisboa.

João Pinto recordou ainda que já em Lisboa, antes da viagem, sentira algo, mas que acabou por viajar na mesma: "No último treino em Lisboa senti uma dor no peito e disse logo que não me sentia bem. Fui então auscultado pelo Dr. Gomes Pereira cuja resposta me animou, porque não parecia nada de especial. Dormi no voo para a Escócia, pensei que estava melhor, mas com a trepidação do autocarro do aeroporto para o hotel voltei a sentir dores horríveis".