Escolher um novo clube, assinar contrato e, em poucos dias, ficar sem nada na mão. Porque era tudo uma mentira. Foram assim os últimos dias de João Meira, central português que já passou pelo Belenenses e que explicou, ao Bancada, que não sabe onde vai jogar. Ou sequer se vai continuar a jogar. Mas já lá vamos.
Traduzimos isto numa cronologia simples:
1- Terminou o vínculo com o Chicago Fire, dos Estados Unidos.
2- Recebeu várias propostas (até de Portugal).
3- Escolheu uma aventura pelo Lorca, último classificado da segunda divisão espanhola, que tinha um investidor com vontade de injetar capital.
4- Assinou contrato, que não chegou a ter assinatura do presidente.
5- Foi apresentado.
6- Treinou durante duas semanas.
7- O jogador fartou-se de esperar pela concretização de tudo isto e decidiu abandonar o barco.
O que se passou? Muito simples. "Eu assinei contrato, mas o presidente não assinou porque disseram que não podia estar presente. Foram adiando e enrolando e percebi que era tudo uma mentira", começa por explicar João Meira, antes de detalhar: "Havia um investidor que, depois de eles perderem dois jogos, pensou melhor se deveria seguir com o plano. Por sua vez, o atual presidente disse que não ia assinar nada porque ia vender o clube".
Sabemos o que está a pensar: "Então o rapaz tem propostas da Liga Portuguesa e decide ir para a pior equipa da segunda divisão espanhola?". João Meira explica que a proposta "era financeiramente muito superior" às restantes que tinha e assume: "Eu e outro jogador argentino íamos ser os mais bem pagos do plantel".
O jogador conta ainda que lhe disseram que o clube "estava a fazer um investimento brutal", com o objetivo de se "manter na segunda divisão espanhola e, na próxima temporada, atacar a subida à primeira divisão".
Futuro é incógnita, mas tem de ser estimulante
Com tudo isto, João Meira e o tal reforço argentino decidiram deixar de treinar: "Continuámos a trabalhar à parte, sem bola".
Sobre o futuro, Meira, aos 30 anos, garante que está "aberto a tudo" - depois de questionado sobre se a intenção é voltar a Portugal -, mas dispara: "Quero algo que me encha. Caso contrário, deixo o futebol. Não estou para isto. Para isto jogo com os meus amigos e faço-me a outra vida".
