Guarda-redes do Qarabag é o porta voz da esperança da equipa do Azerbaijão
Já conseguiu parar Cristiano Ronaldo e Messi e agora quer travar Bas Dost. Hannes Halldórsson brilhou no último Campeonato da Europa e no recente Mundial da Rússia e reparte agora a defesa das redes do Qarabag com o ex-boavisteiro e ex-estorilista Vagner. Aos 34 anos, andou nas bocas no Mundo. E não foi caso para menos, pois conseguiu defender um penálti de Lionel Messi. Uma defesa preciosa que garantiu um precioso ponto no jogo de estreia, o jogo mais importante da vida da pequena Islândia em Campeonatos do Mundo. Mas só há poucos anos, o guarda-redes que divide o futebol com o cinema conseguiu tornar-se profissional, ao serviço de equipas norueguesas e dinamarquesas. “Diria que o meu emprego a tempo inteiro é como realizador, e é aí que ganho a maior parte do meu dinheiro, mas tento equilibrar as coisas. Ser realizador é exigente, e depois treino às 5 da tarde”, afirmava numa altura em que a Islândia tentava o apuramento para o Campeonto do Mundo de 2014 no Brasil.
Halldórsson rumou depois ao Sandes Ulf, da Noruega, teve uma breve passagem pelo NEC, da Holanda, e pelo Bodo Glimt, da Noruega, assinando, então, pelo Randers, da Dinamarca. Depois do Mundial, deu um pulo até ao longínquo Azerbeijão. O futebol passou, assim, a ocupar mais tempo na vida do guardião, que nunca colocou de parte, no entanto, a paixão pelo cinema.
O guardião nórdico é o porta voz da esperança do Qarabag, que joga diante do Sporting esta quinta-feira uma cartada decisiva na tentativa de um apuramento num grupo dominado pelo Arsenal e pela equipa portuguesa. Em Alvalade, foi Vagner quem jogou na derrota de 2-0 (golos de Raphinha, 54 minutos, e Jovane, 88), mas tudo aponta para que em Baku alinhe hoje Halldorsson, até porque foi ele a transmitir os objetivos da equipa do Azerbaijão atrváes de uma mensagem repleta de esperança. “Ainda é possível passar. Ganhar será um grande passo. Faltam dois jogos e tudo pode acontecer. É futebol. Como disse, se ganharmos fica tudo em aberto para a última jornada”, referiu esta quarta-feira.
Herói da Islândia no Europeu de 2016, onde empatou a um golo com Portugal, parando todas as bolas de Cristiano Ronaldo e só cedendo a um remate de Nani, Halldórsson repetiu a dose no último Campeonato do Mundo realizado na Rússia, onde no jogo de estreia da seleção nórdica igualou a uma bola frente à Argentina. Defendeu um penálti de Messi e só não resistiu a um lance de oportunismo de Aguero. O guarda-redes não poupa elogios ao Sporting, mas recusa qualquer epíteto de herói. “O Sporting é uma grande equipa e será um enorme desafio para nós. Estamos preparados. Será uma grande experiência”, sublinhou, relativizando um eventual papel de herói. “Não quero saber quem será o herói, quero é ganhar. É esse o meu foco.” Uma intenção que contraria a sua paixão, o cinema, onde há sempre lugar para um herói ou uma heroína.