O Benfica derrotou ontem o Fulham, por 5-1, conquistando o Torneio do Algarve. Rafa abriu a contagem, Gonçalo Ramos bisou, enquanto Yaremchuk e Henrique Araújo apontaram os golos encarnados, com Mitrovic, do Fulham, a inscrever o seu nome na lista de marcadores.
Esta foi a vitória mais folgada do Benfica, desde que Roger Schmidt assumiu o comando técnico. Na primeira jornada do Torneio do Algarve, o conjunto da Luz vencera o Nice por 3-0. E nesta pré-época, a turma lisboeta soma apenas triunfos.
Octávio Machado reconhece méritos ao conjunto de Roger Schmidt. “Este Benfica dá bons sinais, começa a absorver algumas das coisas das boas equipas. A pressão alta, a reação à perda de bola, caraterísticas próprias das grandes equipas. Mas essas só acontecem quando todos os elementos da equipa estão comprometidos”, resumiu ontem, na CMTV.
“Foi um bom início, muito agradável. Os adeptos começam a sonhar com uma grande época. Não é a primeira vez que acontece. Mas as pré-temporadas valem o que valem. Não vou fazer comparações com a época anterior, ou com épocas anteriores, mas o princípio de época vale o que é. Fico muito satisfeito, porque enchemos a boca a falar dos campeonatos ‘big five’ e o Benfica goleou, com equipas dos chamados ‘big five’”, referiu ainda o antigo futebolista.
Porém, Octávio prefere esperar pelo início do campeonato, ou por jogos decisivos, como a pré-eliminatória da Champions, para tirar conclusões. E por isso coloca algumas reservas, numa análise ao futuro próximo do conjunto da Luz.
“Vamos ver”, diz o antigo futebolista, que encontra até uma forma de travar esta tática do técnico alemão. “Há um antídoto facílimo para esta forma de jogar do Benfica. É meter a bola nas costas, subir e marcar. Pressionar. O adversário passa de pressionado a pressionar”, sustenta.
Apesar de reconhecer que o Benfica "em situação atacante tem um movimento interessante, que é o recuo do Florentino e a projeção dos laterais”, com “nuances que podem fazer a diferença e causar desequilíbrios”, Octávio prefere esperar. E lembra o play-off de acesso à Champions, que colocou em confronto Jorge Jesus e Roger Schmidt.
Benfica de Jesus versus PSV de Schmidt
Nesse play-off, o Benfica venceu o PSV por 2-1 na primeira mão, conseguindo um empate a zero na segunda mão. “O Schmidt era o treinador do PSV Eindhoven, tinha uma boa equipa, jogadores de qualidade, fez 180 minutos contra o Benfica marcou um golo. Na segunda mão, inclusive, contra 10 jogadores não marcou nenhum. Isto é real, objetivo”, afirma.
As reservas de Octávio sobre o sucesso do Benfica são ainda sustentadas pelo facto de estarmos no início da época, onde existem dúvidas sobre permanências e também motivação de jogadores que procuram o seu espaço.
“Estou muito curioso em relação às dispensas. Se o Grimaldo ficar, eu vou cobrar tudo aquilo que disseram dele. (…) Estamos no início de temporada e é natural que todos corram. Há motivação. Qual será a reação deles quando começarem a não jogar? Continuarão a treinar com o mesmo entusiasmo?”, pergunta.
“Palhinha merece os assobios”
A festa de ontem dos adeptos encarnados foi salpicada com assobios a João Palhinha, ex-médio do Sporting que agora veste a camisola do Fulham. Octávio Machado elogia o jogador. “Se eu fosse o Palhinha sentia-me muito orgulhoso. Mas mesmo muito orgulhoso”, enquadra o antigo futebolista, lembrando José Maria Pedroto.
“Eu tinha um treinador que se chamava José Maria Pedroto. E ele dizia, quando íamos jogar a qualquer lado, que nos partam sempre o autocarro. Se nos baterem palmas, é que nós estamos desgraçados. Se nos partirem o autocarro, é sinal de que vencemos o jogo”, recorda.
Com sarcasmo, Octávio comenta o episódio. “Palhinha merece estes assobios, é um grande senhor. É um grande jogador. O João Palhinha merece estes assobios. Merece. Por tudo o que fez no Sporting, a maneira como esteve no Sporting, como se bateu pelo título, como se valorizou. Parabéns ao Palhinha, que teve como prémio esta assobiadela dos seus adversários. Parabéns ao Palhinha. Eu bato-lhe palmas por isso”, afirmou.
