O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, não desiste da ideia de avançar com a Superliga, apesar de metade dos clubes fundadores já ter anunciado a saída do projeto. Como retaliação contra a UEFA, cuja pressão foi fundamental para o fim da Superliga, o dirigente espanhol prepara-se para acusar o organismo europeu pela prática de monopólio, de acordo com o Corriere della Sera.

Segundo o jornal italiano, o presidente do Real Madrid quer avançar com um processo judicial com base nas funções contraditórias que a UEFA assume: é, em simultâneo, regulador do futebol europeu e organizador de competições... por si mesmo reguladas. Funções contraditórias que já mereceram a atenção da União Europeia, embora sem avançar com qualquer medida concreta.

Devido a essa posição monopolista, a UEFA assegura a ‘submissão’ dos clubes e federações. Daí que, nas primeiras reações à Superliga, uma das primeiras ameaças da UEFA, apoiada pela FIFA, foi a exclusão dos jogadores de clubes da nova competição das respetivas seleções nas provas ‘oficiais’ do futebol europeu e mundial.

E é precisamente com receio do ataque a essa acumulação de funções contraditórias que a UEFA se insurgiu com veemência a condenar a Superliga, reforça o Corriere della Sera, que classifica agora a nova prova como “uma concha vazia”, dado que os seis clubes ingleses (Arsenal, Chelsea, Manchester City, Manchester United, Liverpool e Tottenham) anunciaram formalmente a saída do projeto.

“Com a Superliga esvaziada, o grande alvo permanece: a UEFA no seu duplo papel de regulador, que faz as regras e pune quem as desrespeita, e de organizadora de eventos, bem como de administradora do produto. O processo seria interminável e é difícil dizer quais seriam as hipótesesde sucesso final, mas só a ameaça é um incómodo para a UEFA”, finalizou o jornal italiano.