Quando Fernandinho chegou a Manchester, em 2013, talvez fossem poucos os que imaginariam que o médio brasileiro, hoje com 33 anos, se tornasse numa pedra basilar da equipa inglesa. Em cinco temporadas, Fernandinho nunca ficou abaixo dos quarenta jogos pelo City na mesma época, mas nunca a sua influência foi tão notada como em 2018/19, altura em que vai protagonizando a sexta temporada ao serviço do clube. Sem o médio internacional brasileiro, o Manchester City não é a mesma equipa. Fernandinho é insubstituível.
Se nos últimos anos o Manchester City construiu um plantel capaz de colmatar grande parte das ausências do onze tido como o mais forte da equipa de Pep Guardiola, os últimos dias mostraram que há um jogador que, quando lesionado ou suspenso, não tem substituto no plantel do campeão inglês. Esse nome é Fernandinho. Nos últimos jogos, sem Fernandinho, o Manchester City perdeu por duas vezes na Liga Inglesa e só alcançou as meias finais da Taça da Liga nas grandes penalidades depois de não conseguir bater o Leicester City em tempo regular.
Os problemas do Manchester City quando Fernandinho está ausente não se hoje. Sem o pêndulo da equipa, o City fica sempre mais perto de não vencer do que aquilo que acontece quando Fernandinho está em campo. Os números são claros. Com Pep Guardiola, na Premier League, nos catorze jogos que Fernandinho esteve ausente da equipa inglesa, em cinco deles o City não venceu, tendo perdido quatro deles, apenas três a menos do que em todos os jogos em que Fernandinho esteve em campo como titular. Desde que Guardiola chegou ao City, Fernandinho foi titular em 81 jogos, tendo o City perdido apenas nove jogos nesse período, empatado catorze e vencido os restantes 60.
Todos os indicadores são claros. O Manchester City vence menos sem Fernandinho, sofre mais golos e marca menos, tal a influência do médio brasileiro no sistema de Guardiola. Com Fernandinho como titular, o City regista uma percentagem de vitórias na Premier League de 74,1%, enquanto que sem Fernandinho esses números caem para os 64,3%. Com Fernandinho em campo, o City sofre em média 0,8 golos/jogo e marca 2,5 golos/jogo, com esses números a subirem no caso dos golos sofridos em média e a descer nos golos marcados, em média, por jogo para os 1,4 golos sofridos por jogo, quase o dobro da média com Fernandinho em campo e para os 2,3 golos marcados por jogo.
Se, em 2013, quando Fernandinho chegou ao City, dificilmente alguém acreditava que cinco anos depois o médio brasileiro fosse o jogador mais importante do modelo de Guardiola e o único insubstituível no plantel do clube inglês, poucos seriam os que acreditariam em tal narrativa. A verdade, é que os números estão aí para o provar e fica explicada a necessidade sentida pelo técnico catalão em reforçar a posição, algo não conseguido perante o falhanço nas contratações de Jorginho e de Fred, transferidos então para o Chelsea e Manchester United, respetivamente, e que resultou no facto do City ter acabado por atacar a temporada sem uma alternativa para Fernandinho.
