Há um clube na Segunda Divisón B, o terceiro escalão do futebol espanhol, que funciona como uma espécie de filial do Wolverhampton WFC, emblema da Premier League com muito sangue lusitano. Mas não é uma filial oficial, tratando-se na verdade de uma parceria entre os britânicos e o FC Jumilla, o clube em questão que foi fundado em 2011, que faz com que nove jogadores do Wolverhampton WFC estejam por empréstimo em Espanha. E no FC Jumilla também há portugueses metidos ao barulho.
Tudo começou em agosto, quando o Wolverhampton WFC anunciou a parceria com o FC Jumilla. Em comunicado, os ingleses explicaram que o objetivo era desenvolver promessas com empréstimos aos espanhóis, onde estariam "num ambiente alternativo e numa liga competitiva". O FC Jumilla, por sua vez, pode enviar as suas equipas técnicas a Wolverhampton para ganharem conhecimento e formação com os profissionais dos Wolves.
Pouco depois do anúncio da parceria, foram oficializados nove (!) empréstimos ao FC Jumilla. São eles o guarda-redes Jack Ruddy, os defesas Sylvain Deslandes, Aaron Simpson e Ryan Leak, os médios Ming Yang, Ben Stevenson e Will Randall e os avançados Boubacar Hanne e Donovan Wilson. Todos são jovens (o mais velho tem 23 anos) e um deles é português. Boubacar Hanne, extremo formado no FC Paços de Ferreira e contratado pelo Wolverhampton WFC em 2017, foi cedido ao FC Jumilla, somando três encontros e nenhum golo até ao momento. Para além de Hanne, o médio luso Afonso Brito também faz parte do plantel do FC Jumilla, mas por empréstimo do SC Braga. Soma quatro jogos em 2018/19.
Twitter FC Jumilla
Em Espanha, esta parceria foi vista como um desafio para Leonel Pontes, o treinador português do FC Jumilla. "Um Jumilla renovado a todos os níveis prepara mais uma campanha na Segunda B. (...) Leonel Pontes vai ter a árdua tarefa de combinar futebolistas com experiência no escalão como Manolo, Óscar Rico ou Carlos Álvarez com promessas como Donovan, Sylvain, Brito ou Ming num futebol a que terão de se adaptar", escreveu a 'Cadena Ser'. Pontes, antigo técnico do Marítimo, foi contratado esta temporada e o início não tem sido perfeito: uma vitória, dois empates e duas derrotas.
Tal como o Wolverhampton WFC, o FC Jumilla é detido por chineses desde 2016, o que pode ter ajudado na hora de estabelecer a parceria. Ainda assim, a ascensão de Li Xiang, atual presidente do do FC Jumilla, ao poder foi alvo de críticas por parte de Francisco Serrano, advogado e antigo assessor legal e jurídico do clube que garantiu em conferência de imprensa que o processo foi "ilegal".