Grande Futebol
"Em Portugal, falta racionalidade. Há a bipolaridade dos nossos adeptos"
2021-06-04 11:10:00
Jogador do SC Braga cedido ao Al-Shabab fala da parte financeira e de outras vantagens de jogar na Arábia Saudita

O jogador do Al-Shabab esteve no programa Futebol Total, do canal 11, onde abordou o futuro, ainda que as certezas sejam poucas, ou quase nenhumas, porque esse dossier não foi sequer aberto. Fábio Martins, que se encontra de férias, tem mais dois anos de contrato com o SC Braga e essa é a única certeza. Porém, o avançado não esconde que o fator financeiro pode determinar a permanência na Arábia Saudita. 

“Um mês, na Arábia Saudita, corresponde a um ano”, diz Fábio Martins, estabelecendo uma comparação entre os salários em Portugal e naquele país. “Tenho contrato com o SC Braga por mais dois anos. Há possibilidades de continuar no estrangeiro, mas deixo isso para o meu representante. Agora, a vontade era continuar lá”, explicou. 

A questão financeira pesará na decisão, tal como pesou quando o jogador partiu para esta aventura. “Não tenho como negar. É uma realidade completamente diferente. A proposta foi muito aliciante para mim e aceitei-a por isso, como é lógico. E também por isso pretendo ficar lá, porque procuro alguma estabilidade”, realçou.  

“Com 34, 35 anos, ficamos numa idade em que é complicado. E tento aproveitar estes anos que são o auge. Não aparecendo outras coisas desportivamente melhores, aproveito para conquistar títulos, mas há a parte financeira. Um mês, na Arábia Saudita, corresponde a um ano”, reforçou. 

Fábio Martins terá, no entanto, de reunir com António Salvador, um presidente com quem é “duro negociar”. “Tenho contrato com o SC Braga, que já negoceia como clube grande. Tenho um presidente com quem é duro negociar e depende tudo dele. Não sei qual é a ideia dele para mim. Ainda não conversei com ele e não sei se o meu representante conversou”, disse ainda.

Enquanto não surgir um projeto desportivo à altura das suas expectativas, o fator financeiro continuará a pesar na hora da decisão. Mas há outras vantagens. "Em Portugal, falta um pouco de racionalidade. Há a bipolaridade dos nossos adeptos. Os jogadores quando estão bem são os melhores dos mundo, quando não estão são os piores. Há outras questões que eu poderia abordar, mas não vale a pena", concluiu.

Confrontado com uma questão sobre um hipotético regresso ao FC Porto, Fábio Martins não fechou qualquer porta, mas foi evasivo. “Claro que tenho um carinho pelo FC Porto. Não o escondo. Nunca o escondi. Foi o clube da minha formação. Quem sabe, no futuro?”, disse, considerando também que não fecharia portas a qualquer grande.

"Não fecho portas. O SC Braga já é um grande, já negoceia com um grande. E tem essa legitimidade. E fica difícil negociar, como vimos recentemente no caso do Paulinho. Claro que não fecharia a uma abordagem dessas [interesse de um grande], mas não sei de nada", considerou.