Grande Futebol
Dez minutos à leão bastaram ao Sporting... até no sintético maldito
2018-02-15 18:45:00
Após a primeira parte pouco conseguida, o Sporting marcou três golos no início da segunda e vê os oitavos ali tão perto.

Dez minutos à leão e o passaporte obtido de mão beijada para a fase seguinte da eliminatória. O Sporting conseguiu operar uma reviravolta, esta quinta-feira, em pleno Cazaquistão, depois de se ter visto a perder diante do FC Astana, na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa e venceu por 3-1. A equipa de Jorge Jesus mostrou uma cara totalmente diferente na segunda parte do que aquela exibida nos primeiros 45 minutos. A entrada forte e pressionante no segundo tempo resultou em três golos verde e brancos no curto período de dez minutos. A partir daí, foi controlar o jogo e aguardar pela viagem de regresso a Portugal.

No entanto, os golos só surgiram depois de o Sporting mostrar uma pálida imagem daquilo que costuma transparecer dentro das quatro linhas. Tanto que o Astana conseguiu chegar à vantagem logo aos sete minutos da partida, num lance de clara desatenção defensiva por parte dos comandados de Jesus. Shitov aproveitou a descontração dos jogadores leoninos para cobrar um livre, ainda no meio-campo dos cazaques, de forma célere, colocando a bola em passe longo para a entrada da área do Sporting, onde surgiu Tomasov, livre de marcação direta, a rematar a para o fundo das redes da baliza de Rui Patrício. O emblema de Alvalade errou de uma forma que não se pode conceder ao mais alto nível e pagou caro por isso.

Com o golo sofrido, o Sporting falhou em responder significativamente no ataque, com escassas oportunidades de golo, apenas a espaços, uma por Bryan Ruiz aos 17’ e outra por Bruno Fernandes aos 24’. Apesar da ausência de Bas Dost ser o ponto de foco que mais se notava no futebol leonino, similar àquilo que tem acontecido desde a lesão do ‘matador’ holandês, foi no meio-campo que o Sporting surgiu mais debilitado no encontro. Neste caso não por lesões, mas sim pelo rendimento no relvado. O Astana conseguiu aproveitar o espaço entre a linha defensiva e o meio-campo do Sporting para lançar vários contra-ataques venenosos, sempre a fazer valer a velocidade e verticalidade de Twumasi. Bryan Ruiz, o homem a menos dos leões nesta tarde, nunca se conseguiu encontrar durante os 90 minutos e andou muitas vezes perdido dentro das quatro linhas.

Ainda assim, foi um lance do critério disciplinar que mais marcou o primeiro tempo. Tudo por culpa de um golo (mal) anulado a Doumbia, na sequência de um pontapé de canto curto. Não se percebeu se o árbitro assinalou fora de jogo ou falta no lance, mas a verdade é que não houve nenhum caso passível de infração. Podia ser este o lance considera como o mais importante de toda a partida, mas os dez minutos iniciais da segunda parte levados a cabo pelo Sporting invalidaram essa situação. Uma reviravolta que teve base numa entrada em campo que deixou tudo e todos surpreendidos, com três golos em menos de nada, num autêntico rolo compressor.

Foi logo aos 48 minutos que Bruno Fernandes não tremeu da marca dos onze metros para restabelecer a igualdade no marcador, através de uma grande penalidade, na sequência de uma mão na bola de Logvinenko dentro da área do Astana. Dois minutos depois, foi a vez de Gelson Martins fazer o gosto ao pé. Acuña iniciou a jogada, cruzou para Doumbia desviar a bola e o extremo rematou para o fundo das redes. O golo que serviu de maior conforto no resultado teve o carimbo de Doumbia, aos 56’, num lance que fez lembrar o lesionado Bas Dost, em que o marfinense estava no sítio certo, no momento certo, para desviar um passe de Bruno Fernandes (melhor em campo, a encher todo o espaço do relvado). Um, dois, três...a conta que o Sporting fez. Claramente que esta expressão cliché teria que constar aqui, até porque foi num instante que os leões concretizaram a desejada reviravolta.

Depois da reviravolta, o controlo. Foi assim a toada do jogo no último terço do tempo. O Sporting terminou o duelo com o domínio do ritmo, a trocar a bola a seu bel-prazer, muitas vezes no próprio meio-campo. O Astana falhou em dar uma resposta aos três golos sofridos, sem conseguir colocar velocidade, muito devido à falta de ritmo competitivo que acarreta o facto de este ter sido o primeiro compromisso oficial dos cazaques em 2018. Com este triunfo, resultado vantajoso fora de portas, o Sporting prepara-se para receber o Astana, na próxima semana, confortável na eliminatória e não é nenhum crime afirmar que tem um pé e meio nos oitavos de final da Liga Europa.