Haine Allemagne e Pablo Silva, o brasileiro e o argentino que criaram o spray utilizado pelos árbitros durante os jogos, querem que Gianni Infantino e outros altos dirigentes da FIFA sejam "presos".
Foi há quatro anos que os dois inventores colocaram uma ação em tribunal, no Brasil, contra a FIFA, pedindo uma indemnização superior a 40 milhões de dólares (cerca de 36,5 milhões de euros) e quatro anos de prisão para os dirigentes, num julgamento cuja sentença deverá ser revelada nos próximos dias.
"Estamos à espera da decisão do tribunal de primeira instância. Vamos exigir que Gianni Infantino e todos os outros sejam presos, além da penhora de bens e contas", adiantou Pablo Silva, em declarações ao jornal espanhol As.
Os dois criadores do spray são representados em tribunal por Cristiano Zanin Martins, o advogado que conseguiu a libertação do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva, no âmbito do processo Lava Jato.
Haine Allemagne e Pablo Silva alegam que chegaram a um acordo verbal com Joseph Blatter e Julio Grondona, então presidente e vice-presidente da FIFA, para que o spray – que está patenteado – fosse utilizado pelos árbitros mediante uma contrapartida de 40 milhões de euros.
No entanto,o 'FIFAgate' e a morte de Grondona (em 2014) levaram a uma interrupção das negociações, facto que não impediu a entidade que regular o futebol mundial de autorizar o uso do spray pelos árbitros.
A dupla de inventores derrotou a FIFA num processo anterior, com um juiz brasileiro a proibir o uso do spray, com a FIFA a utilizar o mesmo... com a denominação de outra marca.
"Fomos pacientes, mas quando vimos que o spray foi usado na Rússia em 2018, quando a sentença o proibia, explodimos", acrescentou Pablo Silva.
Os criadores do spray ponderam agora instaurar novo processo, desta vez nos tribunais dos EUA.