O afastamento precoce da seleção nacional do Euro2020 gerou ondas de críticas a Fernando Santos, desde a escolha dos jogadores, ao sistema tático, passando pela falta de ousadia em fazer uma renovação na equipa.
O selecionador acabou por fazer diversas alterações no meio-campo, que começou com William, Danilo e Bruno Fernandes (nos primeiros jogos, e acabou com Renato Sanches, João Palhinha e João Moutinho, no embate contra a Bélgica, que ditou o adeus à competição.
Acusado de ter sido excessivamente conservador, saindo de prova apenas com uma vitória e qualificando-se como o melhor terceiro do grupo – perante adversários que também desiludiram, sobretudo Alemanha e França –, Fernando Santos não entende essa crítica.
“Conservador? Nada, zero. É que não vejo nada. Nem sei qual é o objetivo, como isso é possível. Portugal joga com dois laterais ofensivos, dois defesas centrais, um 6, um 8 e um 8/10 e três avançados. Se isso é conservador, o que diríamos das seleções que jogam com três centrais, dois médios, dois avançados à pesca... Esses não sei o que são. Conservador o quê?”, disse, em entrevista à CMTV.
William foi a escolha que gerou mais consenso nos críticos. O médio foi extremamente criticado, pelas suas exibições, em particular frente à Alemanha. Fernando Santos diz que, se tivesse de escolher 23 jogadores, William ficaria de fora. Certo é que apostou no médio para o onze.
“Com 26, voltava a fazê-lo, com 23 não o teria chamado. Nos 15 dias que aqui esteve, o William estava muito bem. Os jogadores que estiveram na seleção foram inexcedíveis. Deram tudo o que tinham. Infelizmente, alguns não tinham mais para dar. O cansaço foi tremendo e começou a pesar”, justifica.
Portugal realizou quatro jogos no Euro2020. Arrancou com uma vitória por 3-0 diante da Hungria, à qual se seguiu uma derrota com a Alemanha, por 4-2. No jogo decisivo da fase de grupos, empatou (2-2) com a França, o que lhe permitiu assegurar um dos melhores terceiros lugares. Nos oitavos de final, perdeu 1-0 com a Bélgica, caindo de forma precoce, quando defendia o título europeu conquistado em 2016.