A Confederação Africana de Futebol (CAF) contestou hoje as “alegações infundadas” do relatório da consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), que denuncia irregularidades financeiras no organismo na ordem de “dezenas de milhões de dólares”.
“O Comité Executivo contesta as alegações infundadas contidas neste relatório”, refere em comunicado a CAF, depois de o jornal New York Times ter publicado um artigo a destacar as más práticas dos seus líderes, de acordo com um estudo da PwC, no período de 2015 a 2019.
Parte dos fundos destinados ao desenvolvimento do futebol no continente africano foi usada para “a compra de presentes e, pelo menos uma vez, para a organização de funerais”, segundo refere o artigo publicado no jornal norte-americano.
“Elementos potenciais de má administração e abuso de poder foram encontrados em áreas-chave relacionadas com as finanças da CAF”, escreveram os autores do relatório da empresa de consultadoria, auditoria e serviços PwC, citados pelo jornal.
A CAF justificou a ajuda financeira para a realização de funerais como atos de solidariedade em favor de famílias de pessoas que serviram o futebol africano, como o falecido Hussein Swaleh (ex-membro da Federação de Futebol do Quénia), “que morreu num acidente de avião após retornar de uma missão”.
O organismo que tutela o futebol africano recordou que os fundos recebidos da FIFA, suspeitos de peculato, “foram objeto em 2015, 2016 e 2017 de uma auditoria da própria FIFA, por meio de empresas internacionais, incluindo a PwC”.
A FIFA renovou, no início de fevereiro, a sua vontade de contribuir para o desenvolvimento do futebol em África, com a proposta de projetos relacionados com o melhoramento de infraestruturas, arbitragem e competições, bem como com a criação de uma ‘superliga’ continental.