Grande Futebol
Campeã do mundo França na 'pole' no ataque ao tricampeonato europeu
2021-06-07 09:30:00
Favoritismo gaulês é apenas teórico. Há uma mão cheia de seleções com capacidade para vencer o Euro2020

A França, detentora do título mundial de futebol, parte na ‘pole’ para vencer o Euro2020, adiado para 2021 pela pandemia da covid-19, e suceder a Portugal, que joga a competição como detentor do troféu.

Numa prova que se disputa em 11 cidades de 11 países, de 11 de junho a 11 de julho, e pela segunda vez com 24 seleções, o conjunto gaulês apresenta-se na máxima força e reforçado, de forma inesperada, pelo avançado Karim Benzema, de regresso aos ‘blues’ mais de cinco anos depois.

A concorrência é, porém, alargada e forte, incluindo Alemanha e Portugal - que compartem o Grupo F com os gauleses -, a Bélgica, os Países Baixos, a Inglaterra e a Espanha, sem esquecer, porque podem surpreender, a Itália, a Suíça ou a Croácia.

Os gauleses parecem partir, no entanto, por cima, pela qualidade individual e coletiva do conjunto comandado por Didier Deschamps, que procura o terceiro título, depois de 1984 e 2000, para igualar Alemanha e Espanha na liderança do ‘ranking’.

A começar pela frente, a França ‘ameaça’ apresentar um magnífico tridente, com Kylian Mbappé, provavelmente o melhor jogador europeu da atualidade, Antoine Griezmann, com um bom final de época no FC Barcelona e melhor marcador da edição de 2016 (seis golos), e o regressado jogador do Real Madrid.

Depois, nas costas deste trio, estará, certamente, o ‘polvo’ N’Golo Kanté, o ‘MVP’ da final da ‘Champions’, Paul Pogba, que voltou a exibir-se a bom nível em 2020/21, e Rabiot, companheiro de equipa de Ronaldo na Juventus.

Na retaguarda, a equipa gaulesa está também muito bem apetrechada, com os laterais Pavard e Lucas Hernández e os centrais Varane e Kimpembe, à frente do ‘capitão’ Lloris.

A Deschamps também não lhe faltam outras opões, suplentes de enorme qualidade, como Dembélé, Coman, Tolisso, Lemar, Giroud, Ben Yedder, Koundé, Lenglet ou Thuram.

A França parece, assim, ter o ‘pacote completo’ para repetir o sucesso de há três anos e ‘vingar’ o desaire sofrido em casa na final do Euro2016, culpa de Portugal, mais precisamente do avançado Éder, que não estará no Euro2020.

O ‘herói’ luso de 2016 está ausente, mas a seleção das ‘quinas’ volta também com um bom elenco para defender o título, ainda liderado pelo ‘omnipresente’ Cristiano Ronaldo, que vai para o quinto Europeu, é o jogador com mais jogos em fases finais e o recordista de golos, a par do gaulês Michel Platini.

Portugal está, porém, muito longe de se esgotar em Ronaldo - que, aos 36 anos, já não tem, aliás, grande influência no jogo luso -, Fernando Santos tem Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Rúben Dias, Pepe, Rui Patrício, Renato Sanches, Raphaël Guerreiro ou valores emergentes como Diogo Jota ou João Félix.

Como campeão em título, mesmo que pouco ou nada convincente, há cinco anos, Portugal integra o lote de ‘outsiders’, como a Bélgica, que aparece algo ‘amolgada’, face à recente lesão de Kevin De Bruyne e à época ‘falhada’ de Eden Hazard.

Ainda assim, os ‘diabos vermelhos’ têm uma grande equipa, de trás à frente, com Courtois, Alderweireld, o benfiquista Vertonghen, Witsel, também ele a tentar restabelecer-se fisicamente, ou o temível ponta de lança Romelu Lukaku.

Se os belgas, de Roberto Martínez, chegam com jogadores com ‘mazelas’, a Espanha, com Sergio Ramos ausente, e os Países Baixos, sem o lesionado de há muito Virgil van Dijk, vão ter se fazer ‘grandes’ sem os seus líderes defensivos.

A renovada equipa de Luis Enrique não tem grandes ‘estrelas’, mas apresenta um coletivo forte, mesclando experiência e juventude, enquanto os comandados de Frank de Boer contam com muito talento, como De Ligt, Frenkie De Jong ou Depay.

No lote dos melhores, está também, como sempre, a Alemanha, que, no ‘adeus’ de Joachim Löw, que vai ceder o seu lugar a Hans-Dieter Flick, fez regressar Müller e Hummels e continua a contar com Neuer, Kroos, Kimmich, Gündogan, Gnabry, Sané, Werner ou Havertz, o ‘herói’ do Chelsea na final da ‘Champions’.

Sem qualquer título que não seja o Mundial de 1966, a Inglaterra de Gareth Southgate, também tem de ser incluindo na lista dos candidatos, ou não tivesse jogadores como Kane, Sterling, Foden, Rashford, Trippier, Walker, Sancho, Mount ou Maguire, sendo que, se lá chegar, terá as meias-finais e a final em Wembley.

Quanto aos ‘outsiders’, são alguns, como a Itália, de sempre, a Suíça, do benfiquista Seferovic, ou a Croácia, que já não tem Rakitic, mas ainda tem Modric e apresenta-se no Euro2020 na qualidade de vice-campeão mundial em título.

O Euro2020 arranca com uma fase de grupos com as 24 seleções divididas em seis grupos de quatro e em que a dificuldade maior é mesmo ser eliminado, já que seguem em frente 16 equipas e só caem oito, os quartos de cada grupo e os dois piores terceiros.

Depois, começam os jogos a eliminar, sendo que, com tantos palcos, muitas seleções vão cumprir os seus jogos em casa, e perante público, que não poderá encher os estádios, mas estará presente, em diferentes percentagens.