No país dos milhões, Inglaterra, em 2018/19, a revolução tem-se feito de ideias e não de dinheiro. Em particular no Championship. Com Leeds United e Norwich City a chegarem ao Natal nas duas primeiras posições de um dos campeonatos mais exigentes e competitivos do Mundo, e por isso, bem encaminhados para alcançar a subida de divisão - estatisticamente as equipas que chegam a esta fase da prova com este registo pontual sobem de divisão - as maiores histórias de superação desportiva da temporada inglesa têm sido feitas de ideias e não de dinheiro investido no mercado. Culpa de Marcelo Bielsa e de Daniel Farke.
Com a chegada de Marcelo Bielsa a Leeds, expetativa para a temporada em Elland Road era grande e o argentino não desiludiu. Vinte e três jogos depois, o histórico gigante adormecido inglês chega ao Natal na liderança do Championship e historicamente nunca uma equipa com 48 pontos nesta fase da temporada falhou a promoção à Premier League no final da época. Das 23 jornadas já disputadas, o Leeds United foi líder em treze delas e para isso não precisou abrir os cordões à bola. Patrick Bamford, financiado pela venda de Ronaldo Vieira à Sampdória, até mal jogou esta temporada, foi a contratação mais cara do Leeds por cerca de oito milhões de Euros, tendo o emblema inglês gasto apenas mais 3,5 em Barry Douglas.
A revolução, em Leeds e em Norwich tem-se feito de ideias e não de dinheiro investido. Villa, Stoke, Middlesbrough, Derby, Bristol City, Nottingham Forest, sim, foram às dezenas de milhões de Euros, mas não Leeds United ou Norwich City que ficaram longe do top de clubes mais gastadores da pré temporada pelo Championship, uma liga cuja capacidade de investimento dos clubes é cada vez mais forte e pode chegar perto dos cinquenta milhões de Euros em contratações como sucedeu, por exemplo, em Stoke. E, mesmo sem gastar balúrdios, Leeds e Norwich estão a surpreender, excedendo expetativas e sendo modelos de gestão mostrando que não é preciso ser-se milionário para chegar à Premier League. São precisas, sim, ideias.
Se no caso do Leeds United e de Marcelo Bielsa parece sempre existir uma certa sobrevalorização da sua qualidade, é impensável achar-se que esta mesma equipa estaria neste patamar caso o icónico treinador argentino não tivesse rumado a Elland Road. Afinal, esta mesma equipa na temporada passada não foi além do 13º lugar no Championship e as mudanças no plantel foram quase nulas. Este pode muito bem estar a tornar-se o projecto de carreira de Marcelo Bielsa numa altura em que o argentino leva já 63 anos.
A evolução do Leeds United de uma temporada para outra é impressionante e em praticamente tudo isso se deve a Marcelo Bielsa. Com o estilo imposto pelo argentino em Elland Road, o Leeds United tornou-se de longe na equipa que mais bola tem por jogo e aquela que mais remata. Habitualmente associado à qualidade ofensiva que emprega às suas equipas, bem como uma energia inesgotável, é também defensivamente que o Leeds tem impressionado sendo a equipa com menos derrotas no Championship esta temporada, bem como a segunda melhor defesa da competição apenas atrás do Middlesbrough, sendo que é mesmo o Leeds quem permite menos oportunidades de golo aos adversários em toda a competição e que menos remates à baliza permite em média por jogo aos adversários.
Em Elland Road, Marcelo Bielsa montou um projecto de organização e excelência tática aliada à habitual energia e intensidade das suas equipas. Houvesse um velocímetro no futebol e quase de certeza o Leeds United seria a equipa que mais rápido corre na competição, sendo os jogadores do Leeds várias vezes comparados a cães famintos tal a intensidade e agressividade positiva que emprestam ao jogo. O que é contável, porém, é o facto do Leeds United ser mesmo a equipa do Championship com maior distância percorrida pelos seus jogadores. Para isto, o trabalho realizado durante a pré temporada foi chave, tendo sido vários os jogadores do Leeds United, na altura, a confessarem que nunca tinham treinado tanto como sob as ordens de Marcelo Bielsa. Os resultados estão à vista.
Com a vitória por 3-2 em Villa Park, frente ao Villa, este fim de semana, num dos maiores jogos que a segunda liga inglesa viu em vários anos, o Leeds United chegou ao Natal na liderança do Championship. Uma vitória impressionante, conseguida com remontada depois do Villa ter chegado cedo à vantagem de 2-0 e com o Leeds United a mostrar uma mentalidade apaixonante agarrando o jogo pelos colarinhos desde então e dominando o mesmo até ao apito final. Em Villa Park, o Leeds United nunca desistiu e acabou premiado com um golo já bem dentro do período de compensação final, mesmo com a equipa encostada às cordas fisicamente. A atravessar uma séria crise de lesões no setor defensivo, o Leeds United sofreu ainda outra contrariedade no aquecimento para o jogo perdendo Barry Douglas e vendo-se obrigado a lançar no jogo Leif Davis de 18 anos, acabando o Leeds United a remontar um jogo que começou com uma defesa de retalhos já que Kalvin Phillips, habitualmente médio centro, foi também adaptado a central e Luke Ayling, recuperado quase milagrosamente de uma lesão que ainda o devia ter deixado de fora de combate por algumas semanas, como lateral direito.
Tudo isto para explicar que é tal a sintonia entre Marcelo Bielsa e o plantel do Leeds United, tão é o nível de cimentação e enraizamento das ideias do argentino em Elland Road, que entre quem entrar no onze, não se dá pela ausência de quem quer que seja. Mesmo a atravessar uma onda de lesões que obrigam o Leeds United a ir a jogo com uma defesa cheia de remendos e um banco de suplentes composto exclusivamente por jovens da formação e da equipa Sub-23 do clube, o Leeds United venceu no terreno do Aston Villa, um dos maiores e em melhor forma clubes do Championship.
Quando a temporada terminar, em maio de 2019, poderá também terminar um jejum de quinze anos desde que o Leeds United deixou de militar junto da elite do futebol inglês. 15 anos e 15 treinadores passaram pelo banco de suplentes da equipa de Elland Road até à chegada de Marcelo Bielsa e nunca o Leeds pareceu tão perto de regressar à Premier League como agora. Uma aventura que chegou mesmo a levar o histórico clube inglês às profundezas da terceira divisão do país após uma crise financeira que o deixou ligado às máquinas. Hoje, com Bielsa e Radrizzani como dono, tudo é bem diferente e finalmente o Leeds United parece ter razões para sorrir.
Os segredos do sucesso não passam apenas pela destreza tática imposta por Bielsa dentro de campo. Fora dele, o argentino tem contribuído para uma melhoria de todo o ambiente no clube e que potencia o sucesso dentro do relvado. Segundo o Daily Mail, todos os dias Bielsa e os seus assistentes dedicam parte da manhã a responder a cartas dos adeptos. Reza a lenda que o treinador argentino, certo dia, quando convidado para um jantar judaico telefonou ao adepto de propósito recusando gentilmente o convite, mas passando uma hora a falar de futebol com o sobrinho do mesmo. Bielsa tem recebido regularmente treinadores de vários países mundiais e mandou até instalar um dormitório e uma cozinha para si e para a sua equipa técnica no centro de estágios do clube de forma a poderem trabalhar até altas horas da madrugada e dormir no mesmo, quase sempre, devido à observação vídeo exaustiva dos adversários e que é imagem de marca do técnico argentino.
Tanto, que é também já conhecida a história de como Bielsa acabou treinando o Leeds United, mesmo tendo sido quarta escolha de Radrizzani logo atrás de Antonio Conte, Claudio Ranieri e Roberto Martínez. Segundo Victor Orta, Bielsa era um alvo irrealista para o Leeds, e até a primeira abordagem de Radrizzani correu mal. Bielsa não lhe atendeu a chamada, mas quando a retribuiu, na manhã seguinte, já tinha analisado e dissecado sete jogos do Leeds United na temporada passada. Radrizzani soube logo ali que estava em Buenos Aires o seu homem. Viajou para a capital argentina, reuniu com Bielsa e durante dez horas discutiu o futuro do Leeds United com o técnico que descreveu detalhadamente os problemas táticos do Leeds e ainda perfilou todos os jogadores da equipa principal e sub-23 do clube, num gesto de dedicação que impressionou Radrizzani ao ponto do italiano ter tornado Bielsa no treinador mais bem pago da história do Leeds United.
A imersão de Bielsa no Leeds United vai bem além de questões futebolísticas. Se já no México os responsáveis do Atlas haviam ficado sem palavras com a dedicação de Bielsa ao estudo da cultura e história do México, a história voltou a repetir-se no Yorkshire. Em julho, Bielsa visitou o Festival do Grande Yorkshire de modo a conhecer as tradições e culturas locais, ao ponto de na primeira conferência de imprensa dada pelo técnico este ter explicado as semelhanças que encontra entre a sua nova casa e a região onde nasceu e cresceu na Argentina. Mais tarde, obrigou os jogadores do Leeds a apanhar lixo durante três horas para que estes compreendessem o tempo de trabalho necessário aos adeptos do clube para que estes consigam acompanhar a equipa todas as semanas. Para Bielsa, o futebol não é só um jogo.
O segredo do sucesso da capacidade física do Leeds passa também pela obsessão de Marcelo Bielsa. Durante a pré temporada, os jogadores foram sendo alvo de testes regulares e só aqueles que registaram parâmetros de massa gorda aceitáveis para Bielsa começaram finalmente a treinar com a equipa principal. Se até então era possível os jogadores do Leeds escaparem com uma cerveja ou fast food ocasional, com Bielsa, tal é estritamente proibido. Os jogadores têm pelo menos duas refeições diárias em conjunto, com a equipa técnica de Bielsa a delinear planos de dieta individuais para qualquer um dos jogadores da equipa inglesa.
A obsessão de Bielsa é tal que o técnico argentino faz questão que os postes das balizas de Elland Road e do centro de estágios sejam retirados de forma a que toda a relva receba a mesma luz solar. Além disso, a relva tem de estar à altura desejada pelo técnico e é o argentino que define todos os exercícios de ginásio realizados pela equipa do Leeds United, com os treinos da equipa a espelharem sempre as horas do jogo da jornada. Ora às três da tarde quando a jornada é disputada a essas horas, ora variando consoante o calendário. É também Bielsa quem coordena as sessões de treino da equipa jovem do clube, acabando por não surpreender a influência desta nos últimos jogos do clube em função das dificuldades físicas que o Leeds vai ultrapassando. Afinal, as camadas jovens de um clube servem para algo e as do Leeds têm sido nos últimos anos viveiro de grandes talentos.
O Leeds United é cada vez mais um clube à imagem de Marcelo Bielsa e a revolução não se fez com milhões investidos no mercado de transferências, mas sim com as ideias revolucionárias e personalizadas do técnico argentino. As ideias que fazem de Bielsa um dos treinadores mais icónicos e admirados do mundo do futebol atual, ao ponto do argentino ser o principal influenciador dos técnicos do seu país segundo uma filosofia bielsista que levou mesmo a que nomes como Pochettino ou Guardiola considerassem Bielsa o melhor treinador do Mundo. As mesmas ideias que transformaram por completo um plantel com algum potencial, no melhor plantel da competição e onde nomes como Klich, Alioski, Pablo Hernández e Kemar Roofe alcançaram um nível tal, que parecem capazes de jogar em qualquer equipa do Mundo. Este sim, mais do que títulos conquistados, é o legado derradeiro desejado por qualquer treinador.
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Depois, temos o Norwich. Menos Bielsista, talvez, mas igualmente resiliente e inesgotável. Pela mão de Daniel Farke, a revolução em Carrow Road faz-se também de ideias e não de dinheiro. Numa temporada em que os Canaries gastaram pouco mais de cinco milhões de Euros no reforço do plantel e até perderam nomes fundamentais para o clube como James Maddison ou Josh Murphy, por mais de trinta milhões de Euros, não só o Norwich nãose ressentiu como chega ao Natal como vice líder e cinco pontos a mais do que o terceiro classificado tendo liderado mesmo a competição em cinco das 23 jornadas já disputadas esta época.
Se há equipa a desafiar a lógica e toda e qualquer previsão no Championship, essa, é o Norwich City. Numa temporada em que o clube perdeu os seus dois jogadores mais influentes e o investimento no mercado foi residual e a roçar o nulo, a verdade é que o Norwich City tem sido uma das equipas mais fortes da competição, mostrando que não é preciso ter muito dinheiro, mas sim ter as ideias certas. Foi fruto de um investimento cirúrgico no mercado, ajustado ao plano de jogo traçado e identificado por Daniel Farke e com uma aposta forte na formação que o Norwich City está por esta altura a ameaçar a promoção à Premier League.
Depois do Norwich ter falhado o objetivo inicial de regressar à Premier League nos três anos imediatamente seguintes à despromoção e ainda com indemnizações vindas da Premier League, os Canaries viram-se obrigados a ponderar toda a estratégia, a reduzir a folha salarial de forma substancial e a ser inteligente no mercado de transferências. À primeira vista, e depois de uma temporada em que o Norwich não foi além do 14º lugar, a equipa de Carrow Road surgiu na nova época enfraquecida e onde faltavam referências após a saída de Wes Hoolahan do clube em final de contrato.
Encantados com aquilo que David Wagner conseguiu em Huddersfield, foi uma estratégia semelhante que os dirigentes do Norwich procuraram desenhar com a contratação de Daniel Farke para substituir o esgotado Alex Neil. Os resultados, porém, estiveram longe do esperado. Longe daquilo que Wagner fizera em Huddersfield. Depois de uma pré temporada 2017/18 promissora com seis vitórias em nove jogos, o Norwich entrou com o pé esquerdo na época passada vencendo apenas um jogo nas cinco primeiras jornadas da competição. Dores de crescimento e de adaptação disseram muitos, principalmente depois do Norwich encetar uma série de oito jogos consecutivos sem perder, cinco deles vitórias, imediatamente a seguir. Série que deixou os Canaries em lugar de play-off. Durante algumas semanas a aposta em Daniel Farke pareceu resultar em pleno tal qual acontecera em Huddersfield com Wagner. Mas o aviso tinha sido feito jornadas antes. Esta acabou por ser uma temporada de inconsistência, mas também uma temporada que lançou as bases para aquilo que tem vindo a ser 2018/19.
Mesmo numa temporada em que o Norwich perdeu 26 golos e 14 assistências fruto das vendas de James Maddison e de Josh Murphy, a contratação cirúrgica de jogadores que encaixavam que nem uma luva no plano e ideia de jogo de Daniel Farke tem dado resultados explosivos. E, tudo isto, gastando pouco mais de cinco milhões de Euros em jogadores como Ben Marshall, Emiliano Buendia e Moritz Leitner, tendo o Norwich feito chegar a Carrow Road, por empréstimo, nomes como Felix Passlack ou Jordan Rhodes, mas também Teemu Pukki e Tim Krul a custo zero. E, enquanto Krul assumiu a titularidade absoluta após a saída de Angus Gunn, Teemu Pukki tem sido o homem mais decisivo de todo o Championship.
Chegado a custo zero ao Norwich e depois de temporadas prolíficas no Brondby onde reabilitou a carreira após passagens falhadas por Sevilha, Celtic e Schalke, o internacional finlandês tem sido um dos segredos do sucesso do Norwich e da boa campanha dos Canaries esta temporada. Com 13 golos em 20 jogos pelo Norwich no Championship, só Neil Maupay e Lewis Grabban, com 14 golos, marcaram mais do que Teemu Pukki mas nenhum deles foi tão decisivo como o homem do Norwich. Com o golo apontado ao Blackburn Rovers, Pukki decidiu pela quinta vez um jogo do Norwich City com o seu golo a ficar ligado à vitória da sua equipa.
Frente ao Blackburn Rovers, o Norwich venceu com um golo de Pukki aos 86 minutos, o que tem sido uma recorrência ao longo da temporada. Grande parte do sucesso da equipa do Norwich passa pela atitude competitiva imposta por Daniel Farke e que de certa maneira toca em semelhança o que se passa por Elland Road. Mais do que o Leeds, até. O modelo de grande intensidade e energia imposto por Farke em Carrow Road, típico da escola alemã contemporânea, vai fazendo do Norwich uma daquelas equipas que só desiste quando o árbitro apita para o final. Tanto, que 19 dos pontos conquistados pelo Norwich City esta temporada surgiram de golos apontados nos últimos dez minutos dos encontros, um máximo do Championship. Ao todo, foram seis vitórias e um empate os conseguidos pelo Norwich City com golos para lá dos 80 minutos, cinco deles, de Teemu Pukki.
Em Carrow Road, por esta altura, mora um clube modelo. Um clube que definiu o seu projeto, o que quis para o futuro e não teve medo de arriscar, tomar decisões e ser corajoso. Mais do que isso, não teve medo de apoiar o seu treinador e dar-lhe tempo para trabalhar e impor as suas ideias. Os resultados estão à vista e a revolução imposta por Farke em Norwich vai deixando o clube perto da promoção à Premier League. Mesmo sem um modelo de jogo tão personalizado como o do Leeds United, é no campo físico, mental e psicológico que o Norwich se destaca de todos os outros com Farke a instituir uma mentalidade competitiva na sua equipa sem paralelo na competição.
Mas desengane-se aquele que ache que o Norwich é somente uma equipa de garra e suor. Muito longe disso. Só três equipas têm em média mais bola por jogo do que os Canaries, só cinco rematam mais vezes por jogo do que a equipa de Farke, só cinco registam percentagens de acerto no passe superiores, só duas acertam mais remates na baliza adversária em média por jogo e nenhuma concretiza tantos dribles por jogo do que o Norwich City. Sim, os Canaries são uma boa equipa e aliam bom futebol a uma energia que cansa só de ver. E se nisto do Championship nem sempre importa jogar bem, mas sim alcançar aquela vitória sofrida, o Norwich de Farke é mestre em tal arte, com o alemão a compreender e a adaptar-se na perfeição ao contexto e às exigências da competição.
Dos dez jogadores mais utilizados pelo Norwich City esta temporada no Championship, quatro deles foram contratações para a presente temporada (Krul, Pukki, Leitner e Buendia), enquanto Stiepermann e Zimmermann chegaram pela mão de Daniel Farke na temporada passada, com o técnico alemão a mostrar astúcia na abordagem ao mercado, quer na identificação de alvos perfeitos para o seu modelo, quer no pouco ou nenhum gasto dinheiro no reforço da equipa. Além tudo isto, há ainda a questão formação. Depois do Norwich ter dado a conhecer os irmãos Murphy, hoje em Newcastle e Cardiff fruto de vendas milionárias e ter potenciado James Maddison ao ponto de hoje este ser considerado um dos melhores jovens jogadores a atuar no país, nos últimos meses, o Norwich City estabeleceu na equipa principal do clube nomes como Jamaal Lewis, Max Aarons, Todd Cantwell e Ben Godfrey, em particular os dois primeiros, ambos laterais, e que num futuro próximo estarão a ser disputados pelos maiores clubes de Inglaterra, fazendo da academia do Norwich uma das mais produtivas nos últimos anos em Inglaterra.
Isto, sendo que desde agosto de 2016 nenhum clube vendeu tanto como o Norwich, sendo já seis o total de jogadores vendidos pelos Canaries por mais dez milhões de Euros, algo sem igual em toda a Football League, mas que apesar das vendas milionárias, tal não se tem refletido no investimento no mercado por parte da equipa, muito menos, desde que Daniel Farke assumiu o comando técnico do Norwich City. Desde esse mesmo período que os Canaries não gastam mais de três milhões de libras num só jogador.
Nas últimas semanas, nenhum outro clube no Championship conquistou tantos pontos quantos conquistou o Norwich que segue embalado numa série de apenas uma derrota nos últimos 18 jogos disputados na competição, não perdendo um jogo para o Championship há 12 jornadas, cedendo apenas dois empates nesse período. Muito por culpa de uma resiliência permite ao Norwich ser a equipa que mais pontos por jogo conquista após posições de desvantagem, tendo recuperado desvantagens para acabar vencendo quatro e empatado três dos onze jogos em que começou a perder. Numa liga cada vez mais definida pelos milhões, este ano, a revolução tem sido feita de ideias.