Grande Futebol
Benfica num patamar muito superior desperdiça goleada ao Spartak
2021-08-04 21:15:00
A crónica e a ficha de um jogo que deixa os encarnados já a pensar no PSV

O Benfica venceu hoje o Spartak, em Moscovo, por 2-0, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, e confirmou estar num patamar muito acima da equipa russa, com uma exibição segura e categórica.

A equipa portuguesa marcou só na segunda parte, aos 51 e 73 minutos, por Rafa e Gilberto, respetivamente, mas podia ter construído uma goleada, não fosse a precipitação na definição das jogadas que levou a várias oportunidades de golo perdidas antes e depois do intervalo.

O Benfica começou a ganhar o jogo pelos três centrais, que nunca permitiram aos avançados russos segurar a bola de costas para a baliza, graças a uma abordagem agressiva aos lances – com Otamendi por vezes a passar o limite, mas a beneficiar de um critério largo do árbitro –, o que nunca permitiu que os médios russos recebessem a bola em zonas mais adiantada.

Igualmente determinante para a superioridade do Benfica foi a falta de agressividade da equipa russa, nomeadamente dos médios, que permitiram também que jogadores tecnicamente evoluídos como Weigl e João Mário recebessem a bola de costas e tivessem tempo para fazer a rotação, iniciarem as jogadas de frente para a área russa e alimentassem os homens mais adiantados.

Por essa razão, o Benfica esteve sempre confortável no jogo e a criar na primeira parte vários lances de superioridade numérica no último terço do ataque que podiam e deveriam ter sido transformados em golo.

Neste particular, Pizzi, Rafa e Seferovic estiveram infelizes na hora de finalizar, com oportunidades flagrantes desperdiçadas em lances na área russa aos seis, nove, 17, 27, 30 e 33 minutos, que dariam, a ser concretizadas pela metade, uma expressão pesada ao resultado e arrumariam definitivamente o desfecho do jogo.

Embora Vlachodimos tenha realizado duas excelentes defesas aos 25 minutos, a sacudir para canto um remate de meia distância de Umyarov, e aos 40, a salvar com a perna um cruzamento de Ayrton, que foi à linha de fundo depois de bater Diogo Gonçalves, o nulo ao intervalo era manifestamente lisonjeiro para os russos.

Na segunda parte, o Benfica chegou ao golo logo aos 51 minutos, através de Rafa, a passe de João Mário na área russa. O Spartak desmoronou literalmente e o jogo tornou-se ainda mais confortável para o Benfica, que teve sempre espaço e tempo para salientar a qualidade individual dos seus jogadores, claramente acima da equipa moscovita.

O segundo golo, à passagem do minuto 74, por Gilberto – que tinha sido lançado em campo aos 65, juntamente com Everton –, a passe de Lucas Veríssimo para o interior da área, surgiu com toda a naturalidade, num jogo em que o Benfica podia ter marcado mais, frente a um adversário que baixou os braços e ainda se tornou mais macio ao sofrer os golos.

No plano tático, Jorge Jesus acabou por levar a melhor sobre Rui Vitória, que não teve capacidade para tirar proveito do maior conhecimento que possui da equipa do Benfica e que nunca conseguiu passar a mensagem aos seus jogadores sobre como e quando deveriam pressionar a equipa portuguesa, o que se revelou fatal atendendo à superior qualidade técnica e tática dos jogadores contrários.

Com este resultado, o Benfica, que recebe o Spartak no dia 10 de agosto, no estádio da Luz, na segunda mão, tem praticamente a passagem ao play-off da Liga dos Campeões assegurada, no qual o espera, provavelmente, a equipa holandesa do PSV Eindhoven, que venceu, na primeira mão, o Midjtylland, da Dinamarca, por 3-0.

Ficha de jogo

Jogo no Estádio do Spartak, em Moscovo.

Spartak de Moscovo-Benfica, 0-2
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores:
0-1, Rafa Silva, 51 minutos
0-2, Gilberto, 74.

Equipas:

- Spartak de Moscovo: Maksimenko, Rasskazov, Gigot, Dzhikiya, Ayrton, Zobnin (Ignatov 59), Umyarov, Larsson (Kral, 77), Hendrix (Ponce, 77), Bakaev (Moses, 68) e Sobolev
(Suplentes: Akmurzin, Rebrov, Moses, Ponce, Lomovitski, Ignatov, Kutepov, Kral, Eschenko, Gaponov, Litvinov e Mirzov)
Treinador: Rui Vitória

- Benfica: Vlachodimos, Diogo Gonçalves (Gilberto, 64), Otamendi, Lucas Veríssimo, Vertonghen, Grimaldo (Gil Dias, 83), Weigl, João Mário, Pizzi (Everton, 65), Rafa Silva (Taarabt, 84) e Seferovic (Gonçalo Ramos, 37)
(Suplentes: Helton Leite, Gilberto, Everton, Walschmidt, Meite, Gil Dias, Taarabt, Florentino, Gedson, Gonçalo Ramos, Morato e Carlos Vinicius)
Treinador: Jorge Jesus.

Árbitro: Srdjan Jovanovic (Sérvia)
Ação disciplinar: cartão amarelo para Sóbole (33), Vertonghen (48) e Ignatov (87)
Assistência: cerca de 3.000 espetadores.